Page 14 - fevereiro 2012

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Mercado em Foco - I
Já era hora de “virar a própria mesa”
Cinco anos à frente da ISS Holding Brazil, Jorge Lima parte
para um novo desafio: associa-se a Ricardo Semler
Por Léa Lobo
C
om uma trajetória sempre
ascendente, depois de cinco
anos à frente da ISS Holding
Brazil, de ter alavancado de
10.000 para 21.000 empregados, de um
faturamento de R$ 220 milhões para R$
620 milhões, Jorge Lima decide partir
para um novo desafio profissional. Des-
de primeiro de fevereiro ele é o sócio da
Semco Partners, leia-se Ricardo Semler
e seu grupo de investimentos.
O Grupo Semco é um velho conhe-
cido do executivo, que já foi diretor da
CushmanWakefield Semco, presidente da
Semco Johnson Controls, da Semco Ser-
viços Integrados e da Semco Manutenção
Volante. Lima ainda participou de diversos
start ups
de outras empresas do Grupo Se-
mco e de diversos outros projetos. A “me-
nina dos olhos” foi a montagem da Semco
Manutenção Volante, uma empresa que
nasceu do zero em 2001 e foi vendida ao
Grupo ISS em fevereiro de 2007.
Para celebrar a notícia, fui almoçar
com Jorge Lima. Os detalhes do nosso ba-
te-papo você confere agora. Acompanhe:
O que representa para você esta
mudança, após a virada dos 50 anos?
Eu precisava virar a página. Enfim,
“virar a minha própria mesa”. É um novo
desafio, uma nova vida, que temme moti-
vado muito e que representará uma nova
fase na minha carreira. Espero poder, em-
presarialmente, atingir os objetivos que
sempre consegui como executivo. Minha
família foi muito forte nesta decisão. Te-
nho um filho e uma esposa que são em-
preendedores natos e sempre me cobra-
ram para tentar algo empresarialmente.
Meu filho sempre fala: – Não se arrepen-
da daquilo que fez, e, sim, do que não ten-
tou – não é a toa que ele é meu “ídalo”.
Até agora, você acompanhou de muito
perto o mercado de serviços. O que
acredita que irá ou que precisa mudar?
Estamos cada vez mais perdendo
margens de lucro. Cada vez mais a legis-
lação trabalhista nos engessa. Acho que
devemos focar fortemente numa revisão
da lei trabalhista, que nos permita flexi-
bilidade e crescimento maior, e também
numa reforma tributária. Outro ponto
importante: ou investimos fortemente
em educação e preparação de mão de
obra técnica ou iremos encontrar sérias
dificuldades para levar o país para onde
ele pode e merece estar. Não podemos
esquecer a força da área de serviços nes-
te país. Precisamos quebrar o precon-
ceito para serviços como limpeza, segu-
rança, catering, manutenção e outros.
Somos um dos segmentos que mais gera
empregos. Não podemos continuar a ser
tratados como sub-empregadores.
Fale um pouco sobre a nova sociedade.
Somos um grupo voltado a abrir
novos negócios nos próximos cinco
anos e fazer crescer os já existentes
dentro da nossa sociedade. Já temos
algumas ideias, mas por enquanto prefi-
ro não adiantá-las. A vida empresarial é
igual ao futebol. Você anuncia interesse
em um jogador, no dia seguinte tem 10
clubes querendo o mesmo. [risos]
Pretende se afastar do mercado?
De forma alguma, pois criei grandes
amigos, tanto empregados como clien-
tes, fornecedores e competidores. Dou
muito valor as minhas amizades. Co-
nheci pessoas fantásticas que em muito
me ajudaram na construção da minha
carreira e personalidade – profissionais
pelos quais tenho uma profunda admira-
ção e não quero perder o contato. Após
conviver com uma empresa que atua em
53 países, posso afirmar, com convicção,
que o Brasil tem as melhores empresas
na área de serviços do mundo! Servir
está no sangue do brasileiro. Desejo su-
cesso para todos e que possam realizar
seus sonhos e anseios. Estarei de longe,
mas torcendo muito para os amigos.
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