Page 30 - junho 2012

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Assunto do Mês - Artigo
E
sse artigo busca refletir so-
bre essas situações-problema
e apresentar conceitos de
prevenção de crimes que de-
veriam ser aplicados na arquitetura e
construção desses empreendimentos.
Isso porque, aplicar isoladamente ou
sem um plano de segurança clausuras,
blindagem, equipamentos eletrônicos
(alarmes, CFTV, controle de acesso,
portas com detector de metal, etc.) e
serviços de vigilância ou portaria não
mais garante uma tranquilidade e uma
segurança eficaz. E isso é notório nas
mídias, quando vemos:
• Bancos sendo invadidos por quadrilhas
que chegam a utilizar marretas para
retirar os caixas eletrônicos;
• Invasões e arrastões em condomínios;
• Rendições de porteiros/vigilantes em in-
dústrias e roubo do estoque ou de car-
retas lotadas com os bens subtraídos.
As questões acima são rotineiras
porque a cultura dos brasileiros é rea-
tiva. Geralmente, “fecham as portas
depois do arrombamento”, ou seja, só
tratam do assunto segurança depois de
terem sido alvos de algum delito – mui-
tas vezes por acreditar que isso nunca
aconteceria com eles. Essa cultura gera
ainda, por consequência, algumas leis
também reativas. Além disso, alguns
segmentos se limitam a cumprir exata-
mente o que está estabelecido em lei,
deixando diversas falhas e oportunida-
des para os criminosos.
De um modo geral, no Brasil a se-
gurança é enxergada como custo e não
como um meio de proteger a vida, um
bem de valor incalculável. Ou, no mundo
empresarial, de proteger a imagem cor-
porativa ou sua marca. Por essa cultura
reativa é que são tomadas providências
somente após ocorrer um assalto ou um
arrombamento. E o pior, às vezes nada é
feito, quando falamos de se cumprir ape-
nas uma legislação ultrapassada.
Mas só a segurança aplicada na ar-
quitetura é suficiente? Claro que não. É
preciso ainda complementar com as de-
mais técnicas de segurança empresarial
e patrimonial, iniciando-se por um crite-
rioso Diagnóstico de Segurança e uma
Análise de Riscos, antes do anteprojeto.
É preciso discutir os problemas das
construções da arquitetura nos dias de
hoje. Afinal, o que está acontecendo? Na
verdade, a questão da segurança durante
o desenho de um projeto (Plano Diretor
ou Estudo de Massa Preliminar) costuma
ser mal planejada em termos de seguran-
ça física, posicionamento dos equipamen-
tos eletrônicos e sua infraestrutura, quase
sempre inadequada.
Alguns empreendimentos até ten-
tam e se arriscam a elaborar melhor a
questão nas reuniões internas. Mas a
solução definida costuma ser incom-
pleta e baseada, unicamente, no uso de
equipamentos eletrônicos e de alguns
itens de segurança física. E o mais im-
portante: sem um plano de segurança
com um nível adequado para aumentar
a prevenção e dar resposta efetiva a
cada tipo de ocorrência.
Esse ponto crucial marca a dife-
rença de compreensão do problema
no Brasil em comparação com países
como os Estados Unidos, por exem-
plo. Lá, a segurança e a prevenção são
encaradas como itens de qualidade de
vida. E no mundo corporativo, de pre-
venção de perdas. Por isso nos EUA o
investimento em segurança não é con-
siderado apenas como custo, mas como
investimento que chegará a dar lucro,
reduzindo-se as possibilidades de con-
cretização dos riscos.
Diferente do que comumente se pen-
sa no Brasil, a interface da segurança no
projeto arquitetônico de um empreendi-
mento é um fator básico sobre o qual se
assentam outros recursos. Iluminação,
visibilidade, portas, fechaduras, vidros
e guaritas blindadas, portões, clausuras,
perímetros – todos esses itens compõem
a segurança física, entre outros. Mas
alguns itens de segurança física podem
A interface da segurança
no projeto arquitetônico
Por que as empresas ou indústrias são alvos de bandidos?
E por que agora os condomínios também são invadidos?