Page 66 - Revista Infra Novembro 2012

Assunto do Mês
66
INFRA
Outsourcing &Workplace
Garantias contra o fogo
Fazer uso de um plano bem dimensionado de estrutura e gerenciamento contra
chamas é também contribuir para a sustentabilidade. Você já pensou nisso?
Por Érica Marcondes
P
revenir é sempre melhor que
lamentar. Quando o cenário
são as edificações e o traba-
lho, a prevenção e combate a
incêndio, o ditado popular ganha ainda
mais peso. Some então esta respon-
sabilidade ao momento atual da eco-
nomia brasileira. Com muitos prédios
com potencial de modernização e uma
avalanche de lançamentos imobiliários
de todos os tipos – industriais, comer-
ciais, hospitalares, hoteleiros, galpões,
centros de distribuição, entre outros –
tornou-se fundamental reservar espaço
na agenda de gestão para planos de se-
gurança que especifiquem prevenção e
contingência. Isso, sem mencionar, que
um bom gerenciamento de combate a
incêndio contribui também para a sus-
tentabilidade: menos instalações dete-
rioradas, menos vidas ceifadas, menos
água e energia despendidas.
C
AUSAS
Os sinistros estão por toda a parte,
embora tenhamos a percepção de que
são casos isolados. Ao pesquisar os índi-
ces e fatos para esta reportagem, a Re-
dação da INFRA se surpreendeu com o
número de notícias que calculam danos
materiais e pessoais decorrentes de ne-
gligência e da falta de conhecimento no
assunto para gerenciar esta atividade. No
mesmo dia de fechamento da matéria, os
principais veículos de comunicação do
país noticiavam uma explosão de gás que
atingiu um supermercado em Irajá, zona
norte do Rio de Janeiro, e que até o mo-
mento havia deixado sete feridos, sendo
quatro internados em estado grave.
Segundo um estudo do
Projeto Bra-
sil Sem Chamas
,
datado de 2008 e ins-
pirado no Programa “America Burning”,
estima-se que no país ocorram por ano
cerca de 138.000 incêndios, sendo que
aproximadamente 43.000 (31%) acon-
teçam em edificações. E somente 12%
dos casos tiveram suas causas iden-
tificadas. Já os custos estimados das
perdas materiais, em 2004, chegaram a
atingir um montante anual de R$ 1,1 bi-
lhão, o que representou 0,06% do PIB.
Os desastres, na maioria das vezes,
encontram eco em sistemas de fiação
elétrica aquém do recomendado, au-
sência dos equipamentos de proteção
exigidos pela legislação, materiais ar-
mazenados inadequadamente, equipes
mal treinadas e com baixa capacidade
de resposta. E estes são apenas alguns
elementos que podem tornar as edifica-
ções mais suscetíveis.
Com as mudanças bruscas das con-
dições climáticas em todo o mundo, já
não dá mais para dizer que é somente
o inverno a estação que mais requer
cuidados, por conta da baixa umidade
do ar. Junte então tudo isso e você terá
um cenário que merece, no mínimo, re-
flexão sobre como o gestor de infraes-
trutura e serviços precisa tratar o tema
para garantir mais confiabilidade, segu-
rança e continuidade dos negócios.
Segundo o pesquisador do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e su-
perintendente do Comitê Brasileiro de
Segurança contra Incêndio (CB-24) da
Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT), José Carlos Tomina,
no cenário brasileiro, há pouca cons-
cientização a respeito da importância
das normalizações, baixa produção
de normas se comparada ao Produto
Interno Bruto (PIB), custo elevado
para participar de reuniões, necessi-
dade de alinhamento com as normas
internacionais e de implementação de
ferramentas eletrônicas para agilizar
o processo de elaboração das normas,
conforme publicou a revista
Incêndio
,
editada pela Cipanet.
Segundo o Instituto Sprinkler Brasil
(
ISB), cuja principal causa é a conscien-
tização sobre a importância da utiliza-
ção desses equipamentos no combate
a incêndio, a legislação por aqui é res-
ponsabilidade de cada unidade da fede-
ração e as exigências do uso de sprink-
lers apresentam diferenças significativas
entre elas.
A tabela em destaque (compilamos
somente para o Estado de São Paulo –
há uma relação para o restante do país
no site oficial do ISB) mostra como cada
unidade da federação exige o uso de
sprinklers para alguns tipos de ocupa-
ções: indústrias, depósitos, hotéis, hos-
pitais e outros tipos de edifícios comer-
ciais como shopping centers e edifícios