WFBSC
82
INFRA
Outsourcing &Workplace
LIMPANDO PELA SAÚDE
Vice-presidente executivo doWFBSC,
Andrew Large citou um congresso do
qual participou em Auckland, na Nova
Zelândia, em 2011, onde houve um gran-
de debate sobre doenças endêmicas. Na
ocasião, o assunto principal foi quanto à
importância da limpeza na saúde pública,
que parece óbvia, mas que infelizmente
não é levada a sério. Para comprovar, ci-
tou o surto ocorrido em junho de 2011
pela bactéria bacilar
Escherichia coli
na
Alemanha, onde 3.950 pessoas foram
afetadas e 53 morreram, situação esta
que se tornou uma questão não só de
saúde, mas de grande interferência no
âmbito político. Outro exemplo, desta
vez vindo dos Estados Unidos, mostra
doenças causadas, por exemplo, pela
manipulação de alimentos crus por mãos
infectadas, advindos de norovírus (51%),
ou por bactérias (38%), químicos (6%) e
outros parasitas (5%).
Isso tudo para confirmar que a área
de conservação e limpeza pode ajudar
a reduzir o contágio dessas doenças
endêmicas. “Precisamos abrir os olhos
das pessoas e elas precisam entrar no
nível biológico das análises. É aí que as
empresas de asseio e conservação te-
rão a sua contribuição para a saúde”,
alerta Large. Ou seja, é necessária a
conscientização da indústria da limpeza
e também dos contratantes destes ser-
viços para mudar o paradigma de que a
limpeza não é somente visual. É preciso
pensar na microbiologia que está em de-
terminado ambiente. Precisamos mudar
a filosofia de que a limpeza é o que se
pode ver para o que não se pode ver.
Desde daquele evento em Auck-
land, ficou provado que a WFBSC pre-
cisava se juntar à Organização Mundial
de Saúde (OMS). Por isso, a entidade
fez o convite às empresas brasileiras, a
fim de se juntarem a esse propósito. O
projeto
Cleaning for Health
objetiva em-
butir os quesitos científicos dentro do
dia a dia da limpeza profissional.
Um dos grandes desafios, além da
mudança do que significa limpeza, é
incluir o aspecto microbiológico nes-
te processo, mesmo que este merca-
do pressione cada vez mais por custos
mais baixos. O projeto almeja revisar
a ciência e incluir as melhores práticas
nas operações diárias de limpeza. “É
uma tremenda tarefa. Não vai ser fá-
cil, pois precisa englobar o mundo todo.
Já revisamos 136 artigos científicos e
diretrizes governamentais de combate
às doenças infecciosas. Mas ainda há
muito trabalho a ser feito”, finaliza Lar-
ge. Mais sobre o projeto acesse: www.
cleaning-for-health.org
SUCESSÃO FAMILIAR
Qual é a relevância deste tema em
uma concorrência de limpeza? De-
pendendo de como ela ocorre, pode
impactar, direta e indiretamente, nos
contratos de serviços, segundo o pales-
trante Chris Cracknell, chefe-executivo
da
OCS Group Limited
.
Afinal, toda e
qualquer parceria de sucesso depende
da credibilidade das partes e da capaci-
dade da prestadora de serviços de hon-
rar o que foi acordado. E conforme citou
Cracknell, as empresas familiares são
proeminentes em todo o mundo, e estão
se mostrando cada vez mais sólidas.
De acordo com pesquisas do setor,
70%
das companhias em todo o mundo
são familiares. O desafio é a vida média
dos negócios, hoje em torno de 24 anos.
Somente 30% dos negócios familiares
chegam à terceira geração e apenas 35%
até à quarta geração. A questão tem a
ver se a sucessão é planejada e como ela
é encarada no contexto comercial, tra-
zendo assim várias dificuldades.
“
O nosso grupo foi fundado em 1900
e estamos agora da quarta para a quinta
geração. Empregamos pessoas em vá-
rios locais: 75 mil pessoas em 30 países
e queremos ter franqueados no Brasil a
começar no ano que vem”, informou.
A Revista INFRA marcou presença em todo o evento e traz
a seguir uma síntese de alguns temas lá apresentados.
Andrew Large
Chris Cracknell
Fotos Divulgação
