Página 6 - Revista Infra Março 2013

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INFRA
Outsourcing & Workplace
Pensando com Léa Lobo
Emídio Gonzaga
ALIMENTO DIÁRIO
E NECESSÁRIO
T
odos os dias pela manhã, a leitura obrigatória
dos jornais e revistas técnicas faz parte da nossa
rotina de editores, pois fui instruída por um professor
de matemática há umas três décadas que a informa-
ção mais importante está nas entrelinhas dos perió-
dicos e não nas manchetes.
E é dessas entrelinhas que me abasteço de bons
conteúdos, mesmo porque a maioria das manchetes
traz as desagradáveis chamadas de corrupção, po-
der, drogas, mortes, desgraças, ciúmes, ego – tudo
aquilo que o “homem” não precisaria fazer, mas o faz,
apenas porque pensa que pode tudo. Enfim, em gran-
de parte do tempo vivemos preocupados e pressio-
nados por problemas, o que nos deixa, às vezes, com
medo sobre o que reserva o nosso futuro.
Mas independente desta sensação, minha per-
gunta é: o que fazemos dia após dia para marcarmos
a nossa trajetória, a nossa evolução? Talvez a leitura
desta primeira estrofe do poema
E agora, José?
,
de
Carlos Drummond de Andrade, defina melhor o ques-
tionamento que desejo fazer.
Ao sair do trabalho, você vai para casa, para o fu-
tebol ou para a escola? Você tem a impressão de que
o seu dia não é suficiente para tudo que tem para rea-
lizar?
Já parou para pensar quanto do seu tempo é
desperdiçado?
Você aproveita pelo menos uma hora
(
ou trinta minutos que seja) do seu dia para adquirir
algum conhecimento? Consegue dedicar-se ao capí-
tulo de um livro por dia, para que ao final de um ano
você tenha lido ao menos uns 20 títulos? Traduz uma
música diária para treinar seu inglês? Caminha 30 mi-
nutos para manter a saúde física e mental?
Faço este questionamento, porque sabemos que
a riqueza de uma nação se mede pela riqueza de co-
nhecimento de seu povo. A empresa onde trabalha-
mos está precisando do seu, do nosso conhecimento
para que haja um avanço realmente equilibrado e
grandioso.
Se cada um de nós não nos prepararmos mais
e melhor, todos seremos menores do que somos e
o Brasil jamais passará de um sonho. Hoje, o mun-
do corporativo espera muito mais conhecimento e
comprometimento e menos bla-blá-blá. Espera me-
nos pessoas querendo se aposentar e mais pessoas
ávidas por conhecer mais, pois a trajetória de nossas
vidas acontece no agora e não no amanhã. Pense nis-
so, pois as empresas podem não mais precisar de um
de nós por não acompanharmos seu crescimento. E
aí lhe pergunto: E agora, Maria? E agora, José?
Léa Lobo | Diretora de Redação |
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, José?
E agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, José?