Página 82 - Revista Infra Abril 2013

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INFRA
Outsourcing & Workplace
Mas os investimentos não param. Fabri-
cantes de equipamentos para a indús-
tria naval aguardam as últimas licenças
para se instalar em Charqueadas, e a
Braskem deverá escolher o Rio Grande
do Sul para implantar a primeira usina
de polipropileno verde do mundo.
Vale destacar também os investi-
mentos nos parques eólicos. Vistos pela
primeira vez no Estado há pouco mais
de cinco anos, começam a erguer tor-
res em três novas regiões. “Temos uma
rede metalmecânica de fornecimento
muito forte, isso dá ao Rio Grande do
Sul condições de atrair empresas de di-
ferentes segmentos”, diz Mauro Knijnik,
secretário de Desenvolvimento e Pro-
moção do Investimento do Estado.
Nesse novo cenário de investimen-
tos, setores que há até pouco tempo li-
deravam a indústria gaúcha tornam-se
coadjuvantes. Fabricantes de móveis
e calçados, prejudicados pelo câmbio
desfavorável à exportação e em migra-
ção para regiões onde a mão de obra é
mais barata, estão ausentes do mapa
de grandes investimentos privados.
CONSTRUINDO UM NOVO FUTURO
Que a Copa de 2014 irá gerar novos
investimentos não resta dúvida, ainda
mais porque o Estado é uma das se-
des do evento. Construção e reformas
de Estádios, ampliação de aeroportos,
novos hotéis, entre outros empreendi-
mentos irão movimentar o mercado.
Mas tudo isso ainda é visto com cautela
pelo vice-presidente da Federação Na-
cional das Empresas de Serviços e Lim-
peza Ambiental (FEBRAC), José Antonio
Belló. Pelo menos no que diz respeito à
terceirização de serviços. “No caso de
obras públicas pouco se terceiriza. Já no
ramo hoteleiro, as contratações se limi-
tam a motoristas e operações internas.
Também vimos cair a mão de obra nos
condomínios, principalmente por causa
do uso de portarias eletrônicas. E em re-
lação aos novos investimentos na área
industrial, nós só teremos um número
grande de contratações quando essas
obras forem finalizadas. Entretanto, vi-
vemos o melhor momento da terceiriza-
ção de serviços de asseio e conservação
na construção de polos navais. As pla-
taformas marítimas construídas para a
exploração do petróleo são as maiores
oportunidades para nós”, afirma Belló.
Atualmente, só o mercado de asseio e
conservação movimenta cerca de R$
8,75
milhões por mês e conta com 35
mil funcionários no Estado.
O mercado imobiliário da região
também é visto com cautela pelo pre-
sidente do Sindicato das Indústrias da
Construção Civil do Rio Grande do Sul
(
Sinduscon-RS), Paulo Vanzetto Garcia.
O cenário previsto para 2013 segue o
ritmo brasileiro. Prevemos uma expan-
são de 3% a 4%, se assemelhando a
2012.
Estamos em um período de esta-
bilização, andando em velocidade de
cruzeiro”, compara. O dirigente também
projeta uma ascensão moderada em
relação à quantidade de trabalhadores
formais no setor, que hoje agrega 145
mil pessoas. Além disso, a construção
civil gaúcha terá dois cenários distintos
em relação ao lançamento de novos
empreendimentos. Se em Porto Alegre
a tendência é de menor movimentação,
as cidades distantes da Capital e a re-
gião metropolitana apresentarão ritmo
acelerado. “Temos cidades do interior,
como Rio Grande, Pelotas e São José
do Norte, que vão crescer fora da curva,
bem acima de Porto Alegre. Há também
o Litoral Norte, que se tornou um can-
teiro a céu aberto”, constata Garcia.
[
cidades do
interior] como Rio
Grande, Pelotas e
São José do Norte
vão crescer fora
da curva (...) Há
também o Litoral
Norte, que se tornou
um canteiro a
céu aberto
Da esq. p/ dir.: Pedro Gabriel (AsBEA-RS), Paulo Vanzetto Garcia
(
Sinduscon-RS) e Thiago Holzmann da Silva (IAB-RS)
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