Página 27 - Revista Infra Maio 2013

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INFRA
Outsourcing & Workplace
Visto que o total da indústria de fundos no
Brasil está na ordem de R$ 2,3 trilhões e os fundos
imobiliários representam pouco mais de 1% (100
FIIs listados em bolsa), existe um espaço grande
para se desenvolver nos próximos cinco anos
André Freitas,
da CSHG
E
m meados de março, visitei uma
das mais recentes joias imo-
biliárias da cidade de São Paulo.
Imponente e tecnológico, o Infinity
Tower, no coração do Itaim Bibi, é a
nova “casa” da segunda maior ad-
ministradora de recursos private do
país: a Credit Suisse Hedging-Griffo.
A ótima localização e o formato
de proa de navio conferido ao edi-
fício chamam a mesma atenção
que o suntuoso projeto de interio-
res da sede do banco de investi-
mentos, que ganhou cores sóbrias,
corredores largos e amplas salas
de reuniões. Foi em uma delas que
os executivos André Freitas, Ale-
xandre A. L. Machado e João Pheli-
pe Toazza de Oliveira conversaram
com a INFRA.
Na entrevista a seguir, o leitor
confere os principais trechos deste
bate-papo, que traz as estratégias
da companhia no que se relacio-
na à gestão de fundos imobiliários.
Com um portfólio de R$ 3,7 bilhões,
a CSHG possui 10 FIIs (Fundos de
Investimentos Imobiliários) com ati-
vos de lajes comerciais, shoppings,
galpões logísticos etc.
O Edifício Paulista Star, localiza-
do na Rua Batataes X Alameda Cam-
pinas, na região dos Jardins, em São
Paulo, é um dos destaques. Com 22
anos, o empreendimento está em
processo intenso de retrofit – o que
deve atualizá-lo frente aos imóveis
mais competitivos da capital paulis-
ta. Até mesmo uma certificação para
prédios verdes está em andamento.
Os executivos não falam em valores,
mas concordam que a rentabilidade
virá de maneira certeira com o inves-
timento em tais tecnologias.
Qual é o histórico da companhia?
André Freitas –
A Griffo foi uma Cor-
retora de Valores fundada em 1976 e a
Hedging, uma Corretora de Mercado-
rias fundada em 1981. Ambas se fun-
diram em 1981 e, na década de 1990,
ampliaram sua atuação nos mercados
à vista e futuro de mercadorias e ações,
a gestão de recursos e a criação de uma
divisão de
Private Banking
,
que figura
entre as maiores do Brasil. Em 2003, ini-
ciou a atuação na área imobiliária com
o lançamento de um FIP (Fundo de In-
vestimento em Participações), tendo ao
longo desses últimos dez anos estrutu-
rado vários FIIs nesse segmento. Em
2006,
a Hedging-Griffo se associou ao
Credit Suisse através da venda de 50%,
completando essa aquisição ao adqui-
rir o restante das ações em 2012.
Qual é o valor dos recur-
sos administrados?
André Freitas –
A área de gestão de re-
cursos da CSHG, incluindo todas as es-
tratégias (renda fixa, imobiliário e renda
variável) administra R$ 39 bilhões. Já o
patrimônio sob gestão dos fundos imo-
biliários (sob a minha responsabilidade)
é de R$ 3,7 bilhões. A área de Investimen-
tos Imobiliários foi criada em 2003 e hoje
tem 10 FIIs, com ativos de lajes comer-
ciais, shoppings, galpões logísticos etc.
Qual posição ocupam no mercado?
André Freitas –
Existem dois formatos
de fundos hoje: os listados e os não
listados em bolsa. No segmento de
fundos imobiliários listados em bolsa
(
aqueles que ganham um acompanha-
mento mais detalhado por parte da im-
prensa e dos investidores), temos uma
atuação robusta – segundo lugar em ta-
manho de portfólio, dentro do que cha-
mamos de
Assets Under Management
(
AuM) – termo financeiro que denota o
valor de mercado de todos os fundos
que estão sendo gerenciados por uma
instituição financeira em nome de seus
clientes, investidores, depositantes.
Existe espaço para crescer?
André Freitas –
Sim. Visto que o total
da indústria de fundos no Brasil está
na ordem de R$ 2,3 trilhões e os fundos
imobiliários representam pouco mais
de 1% (100 FIIs listados em bolsa), exis-
te um espaço grande para se desenvol-
ver nos próximos cinco anos.