ções divergentes, acarre-
tando insegurança para os
investimentos necessários à
qualidade de vida no meio
urbano e o crescimento
econômico. Não é susten-
tável falarmos sobre meio
ambiente planetário, se as
pessoas, no dia a dia de seu
espaço mais próximo, ainda
são submetidas a provas de
resistência com um trans-
porte público precário, falta
de moradias, escolas, postos
de saúde, segurança e insufi-
ciência sanitária.
Além disso, empreen-
dimentos residenciais e de
infraestrutura importantes
para as cidades têm sua
aprovação submetida a uma
via crucis desanimadora até
para o mais destemido in-
vestidor. O custo e os “sus-
tos” jurídico-burocráticos do
Brasil estão impedindo que
“cheguemos lá”. As amarras
são muitas e não podemos
contar com a bondade e ca-
rinho dos estrangeiros com
o nosso desenvolvimento.
Pelo contrário, cada um está
tentando prover a sua sufi-
ciência econômica, social e
ambiental.
Como o próprio nome
diz, países desenvolvidos
são aqueles que já fizeram
a sua lição de casa. Ou seja,
já possuem o necessário
em termos de infraestrutu-
ra para balizar a qualidade
de vida. O Brasil ainda está
muito distante dessa reali-
dade. A maior prova disso é
termos um ministério dedi-
cado ao combate à fome.
*
Luiz Augusto Pereira de
Almeida
é Diretor da Fiabci/Brasil
(Federação Internacional das
Profissões Imobiliárias) e Diretor
de Marketing da Sobloco Empresa
de Desenvolvimento Urbano.
do, nem sempre encontra o
merecido respaldo nas polí-
ticas públicas de desenvolvi-
mento dos municípios.
Não é sustentável, por
exemplo, fazer um prédio
na periferia da cidade e exi-
gir que seus moradores gas-
tem horas para ir e voltar do
trabalho. Não é sustentável
espalhar a cidade, com bai-
xa densidade demográfica,
forçando o poder público a
levar cada vez mais longe a
infraestrutura (água, esgoto,
energia, escolas, internet,
segurança, transporte e hos-
pitais). Ademais, o espalha-
mento consome mais terra,
impermeabiliza mais o solo
e subtrai áreas rurais.
Não é sustentável todo
mundo querer legislar sobre
o meio ambiente, criando
um emaranhado de normas
subjetivas, com interpreta-
plano ambicioso, com in-
vestimentos previstos, de
R$ 36,7 bilhões, incluindo
recursos federais, estaduais,
municipais, parcerias públi-
co-privadas e capital parti-
cular. O exemplo do grande
evento esportivo a ser reali-
zado no Rio de Janeiro, que,
por sua importância e visi-
bilidade, atrai investimen-
tos específicos, demonstra
o quanto é elevado o custo
da sustentabilidade.
O mercado imobiliário e
setor da construção também
têm papel fundamental na
sustentabilidade, não so-
mente em prédios ou shop-
pings certificados, que che-
gam a custar até 5% a mais,
mas em novos bairros e cida-
des. Nunca foi tão importan-
te o planejamento urbano
para a garantia da qualidade
de vida. Tal conceito, contu-