Revista Infra Novembro 2017

85 INFRA Outsourcing & Workplace De acordo comRobson Petroni, quí- mico da Conforlab “o grande problema relacionado ao radônio é o fato de que ele é um gás inerte, imperceptível ao nosso sistema imunológico e emissor de uma radiação alfa altamente energé- tica. A radiação alfa é utilizada para fins terapêuticos na destruição de células tumorais. Contudo, a mesma radiação que destrói um tumor, destrói uma cé- lula sadia ou causa sua disfunção. Ao causar uma disfunção em uma célula, pode haver a incidência de um tumor.” De acordo com a Organização Mun- dial da Saúde (OMS) o radônio é o se- gundo maior causador de câncer de pulmão em seres humanos, perdendo somente para o hábito do tabagismo. Estudo realizado na região da Galícia, na Espanha, obteve uma forte correla- ção para a incidência de câncer de cé- rebro com uma maior concentração de radônio no ambiente. Pesquisadores da Suíça correlacionaram a concentração de radônio com o aumento de casos de tumor maligno de pele. No Brasil, pesquisadores da UFRN correlacionaram a concentração de ra- dôniocomoaumentode casos de aborto espontâneopara indivíduos residentes da cidadede LajesPintadas (RN). Alémdisso, diversos estudos têmsido realizados para a investigação da correlação de radônio com o número de casos de câncer de estômago e até mesmo com mutações genéticas observadas em insetos. De acordo com estimativas da Agên- cia de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (United States Environmental Protection Agency), a US EPA, o radônio é responsável por cerca de 21 mil mor- tes anuais somente nos Estados Unidos. Pesquisas realizadas na União Europeia apontam o radônio como responsá- vel por cerca de 20 mil mortes anuais. Dados oficiais da Statistics Canada (StatCan) atribuem ao radônio cerca de 3.200 mortes todos os anos. O Brasil não divulga dados oficiais referentes ao número de mortes atribuídas ao radô- nio. Isto se deve à falta de dados relacio- nados à concentração deste elemento em todos os municípios federativos e à dificuldade de padronização de uma metodologia analítica. Estudo recente e inédito realizado pela Conforlab em imóveis localiza- dos na região metropolitana da cida- de de São Paulo apontam que de 70 ambientes analisados, cerca de 11% apresentaram concentração de radônio acima dos limites recomendados pela US EPA (4 pCi/L). Neste mesmo estudo, a concentração média de radônio para os ambientes estudados foi 2,6 ± 1,1 pCi/L (onde a incerteza corresponde a um desvio padrão para um intervalo de confiança de aproximadamente 68%). “Ao contrário do que muitos pensam existe radônio no Brasil (e em todos os lugares). A dúvida que devemos levantar não é se há radônio emambientes confi- A dúvida que devemos levantar não é se há radônio em ambientes confinados, mas sim o quanto há de radônio em ambientes confinados nados, mas sim o quanto há de radônio em ambientes confinados. Uma curiosi- dade que observamos neste estudo foi de que a concentração de radônio pode variar emdiferentes ambientes dentrode um mesmo imóvel. Esta variação pode estar associada coma frequência de uso doambiente e, principalmente, comsuas condiçõesdeconservação. Ambientesque apresentamralos, rachaduras ouproble- mas de impermeabilização parecem ser mais susceptíveis ao acúmulo de radô- nio. Emfunçãodisso, concluímosquenão existe outramaneira de saber qual a real concentraçãode radônioemumambien- te semque se façaumaanálisedetalhada. Umambientepodeapresentar resultados conformes eoutroao ladoapresentar ele- vadas concentrações do gás.”, completa Robson Petroni da Conforlab. A Conforlab é especialista na análise e monitoramento de radônio no Brasil, prestando serviços há mais de 20 anos em assuntos relacionados a análises ambientais. Possui laboratórios acredi- tados na norma NBR ISO/IEC 17025 e foi a primeira empresa nacional certificada pelo programa ELITE para análises de Legionella sp. Para o Sócio Diretor da Conforlab, o Engenheiro Leonardo Cozac, “nossa empresa sempre busca inovações em assuntos de qualidade do ar interno. Foi assim, com pesquisa e análise da bactéria Legionella sendo o 1º labora- tório no hemisfério sul certificado pelo CDC/EUA no programa ELITE. E agora, a empresa traz ao País a tecnologia de análise de Radônio, tendo, contudo, a preocupação ética de conduzir uma pesquisa em verificar se realmente esse gás está presente nas casas, residências e demais ambientes no Brasil.”

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