Revista Infra Novembro/Dezembro 2018

122 INFRA Outsourcing & Workplace BIM | por Marcus Granadeiro* O USO DO BIM NAS OBRAS: INTEGRAÇÃO COM IOT, ROBÓTICA E REALIDADE VIRTUAL o gerenciador fará seu planejamento e elas serão notadas na obra. Esse gerenciamento, necessariamen- te, leva à antecipação de discussões que fatalmente só aconteceriamao longo da obra. Assim, a fase inicial do gerencia- mento ganha protagonismo e a capaci- dade de agregar muito valor ao serviço, pois revisando omodelo, elimina-se pro- blemas e reduz-se os riscos. A equipe e o esforço a ser considerado nessa fase deve ser incrementado, agregando além do conhecimento emplanejamento, um know-how construtivo e de produto. No decorrer do contrato, há possi- bilidade de aplicação de uma série de novas tecnologias que automatizam o processo, eliminam trabalho e geram informações para aplicação do BIM. Algumas delas são: • IoT: podemosdestacar ousodebeacons para o controle do fluxo de funcionários naobra,monitorandoo trânsitoemáreas de risco ou, até mesmo, associando este fluxo com os treinamentos de segurança realizados, ficando registrado nomodelo queme quando acessou qual área. • Digitalização: para geração de as built ou registro do avanço de obra, é de grande valia as informações geradas por escâneres à laser, que vão para a nuvem. Essas informações podem ser comparadas com o pro- jeto para indicar proble- mas; validar montagens; checar processos cons- trutivos, como planicida- de de fachada, flambagem de pilar ou nível de piso. • Robótica: a utilização de estações robóticas entra no lugar da tradicio- nal topografia. Com elas, os dados de campo são registrados no modelo de forma automática. São equipamentos que trabalham sozinhos ou apenas com um operador e que buscam e gravam dados diretamente no modelo BIM. • Realidade virtual: tem o objetivo de auxiliar a compreensão domodelo. Sua aplicação é ideal para obras e projetos complexos. No gerenciamento, a apli- cação está na associação domodelo ao cronograma para pleno entendimento dos cenários e avanço da obra. Ideal para salas de situação e gerenciamento de obras em locais remotos. Aentregado trabalhodegerenciamen- to tambémdeve ser alterada. Aprodução de documentos deve perder a importân- cia. Dados do gerenciamento inseridos dentro do modelo vão ser muito mais úteis quedocumentos. Relatórios vão ser menores e ficar restritos às análises do gerenciamento e nãomais conter dados e mais dados, como os relatórios atuais. Esses dados em forma de texto dentro de documentos não interessam para o cliente final, que vai utilizar omodeloBIM na fase de operação. Mas eles são impor- tantes para a base de dados estruturada e associada ao modelo BIM. * Marcus Granadeiro é Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP, Presidente da Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de engenharia e membro da Autodesk Development Network (ADN) e do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS). Quando avaliamos a adoção do con- ceito de Building Information Modeling (BIM, em português “Modelagem da In- formação da Construção”), percebemos que existemdiversas iniciativas na área de projeto, porém poucas evoluíram para a obra. Se a dúvida é como será implantar processos de BIM em contra- tos de gerenciamento de obra ou quais serão as dificuldades e barreiras, assim como as novidades, podemos dizer que os ganhos serão muito significativos e fáceis de apurar, pois é na obra que está o grande volume de dinheiro e é onde ocorrem os problemas e atrasos. A primeira aplicação que se tem em mente ao pensar no gerenciamento usando o BIM é a 4D, ou seja, o acom- panhamento domodelo tridimensional associado ao cronograma. Em outras palavras, temos o tempo como a quarta dimensão a ser considerado no projeto. Para a montagem em 4D, é necessário ter os modelos das diversas disciplinas plenamente compatibilizadas, ou seja, modelos com todas as interferências e conflitos já sanados, pois não faz senti- do associar umplanejamento a ummo- delo comproblemas. Em um processo tradicional não há a capacidade de detecção de interferên- cias de forma tão simples e rápida, por isso, é co- mum ter alguns aspec- tos que passam desper- cebidos. No entanto, no processo BIM, as interfe- rências aparecem, pois, Divulgação

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