Revista Infra Maio/Junho 2019

86 INFRA Outsourcing & Workplace Moana ainda explica que a Eficiên- cia Energética difere do que muita gen- te ainda acredita. “Adotar uma medida eficiente, não quer dizer exatamente que poupará energia. Por meio da medida, o desperdício de energia diminuirá e, de quebra, irá produzir mais. Logo, pode aumentar o faturamento da empresa em virtude desse aumento de produção”. TRATAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Abetre – www.abetre.org.br Tendo como foco a valorização de resíduos: ambiental, econômica e so- cial, a Abetre é a entidade de classe que representa as empresas especia- lizadas no tratamento e na destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos. Fundada em 1997, congrega as principais empresas do setor, onde as unidades operacionais de destinação de suas associadas e coligadas repre- sentam cerca de 25% das plantas em operação, 60% do segmento de resíduos urbanos e 80% do segmento de resíduos industriais. Essa infraestrutura oferece diversifi- cadas tecnologias de proteção ambien- tal, compreendendo a disposição em aterro, coprocessamento, recuperação energética, incineração, descontamina- ção e recuperação de materiais, recicla- gem, manufatura reversa, compostagem e outros tratamentos térmicos ou bio- lógicos. Com instalações e operações devidamente licenciadas pelos órgãos ambientais, todas as associadas têm sua atuação pautada pelo estrito cum- primento da legislação e pelas práticas ambientalmente mais adequadas. Para o Presidente da Abetre, Luiz Gonzaga Alves Pereira, hoje, um dos grandes entraves para a melhoria da gestão de resíduos no Brasil está no desinteresse dos governos municipais sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), assinada em 2010, que tem como um dos objetivos erradicar os lixões e já estamos em 2019 e nada aconteceu. “A capacidade dos lixões é infindável, a questão é que o lixo que es- coa para qualquer lugar, vai para o mar, para o meio ambiente. É importante lembrar que um aterro sanitário é uma obra de engenharia, tem um valor agre- gado mas é barato pelo que economiza em saúde pública; é preciso fazer bem feito, porque se não, há contaminação do lençol freático, dos cursos de água, contaminação de nascentes etc.”. “A PNRS de 2010, que venceu o prazo para regulação em 2014, está parada. Em 2015, um dos senadores da Repúbli- ca entrou com um projeto para postergar o cumprimento final das medidas esta- belecidas em 2010. O projeto ficou parado. Felizmente a entida- de trabalhou para que isso não acontecesse, entretanto sem sucesso. Essa paralisação do proje- to é um retrocesso, é um des- serviço para o País. Na primeira quinze- na de abril, uma medida extremamente demagógica do Congresso Nacional, através de suas lideranças, acolhendo a marcha dos prefeitos, mandou levantar tudo quanto era projeto em favor dos municípios, entre os quais a PNRS, e colocou sua tramitação em regime de urgência, para a qualquer momento ser aprovada postergando os prazos”, alerta o Presidente da Abetre. Segundo Luiz Gonzaga, o não aten- dimento as diretrizes da PNRS, significa que vamos ter postergações dos lixões no país, ou seja, estamos voltando ao século passado no quesito de gestão de resíduos sólidos, tudo resultado da continua ine- ficiência de gestão de vários municípios, porque o dinheiro é muito mal-usado, sem a menor responsabilidade do poder público. “O discurso é que não há recur- sos. É porque o prefeito não temdinheiro. Não tem recurso porque não quer ou não sabe gerenciar para o que é realmente necessário. Nós da entidade alertamos há mais de dez anos que é preciso re- solver a questão, por ser um serviço de limpeza pública, de saúde das pessoas. É preciso que a população pague, como já paga por telefone, por água, por luz, por esgoto sanitário. Se o cidadão paga, às vezes, por três ou quatro linhas telefô- nicas, ele deve pagar pelo escoamento e tratamento do lixo. Eu não gosto da palavra ‘lixo’, porque lixo é uma coisa deprimente; gosto de falar de ‘resí- duos’, pois o resíduo, dentro de uma estru- tura rigorosamente simples, pode se tornar uma resposta emdinhei- ro”, desabafa Pereira. O Presidente destaca ain- da que pesquisas já confirmaram que quando se investe um dólar no serviço de limpeza urbana, economizamos qua- tro dólares em saúde pública. Portanto, postergar a questão do gerenciamen- to de resíduos é ser conivente com o aumento dos problemas de saúde da população brasileira e a ampliar os cus- tos da mesma para os cofres públicos. Enfim, o que falta é visão de longo prazo para a temática de resíduos na gestão de vários prefeitos omissos e no País, como um todo. ENTIDADES EM AÇÃO

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