Revista Infra Setembro/Outubro 2019

26 INFRA Outsourcing & Workplace nas cidades com mais de 250 mil habi- tantes você vai ter sempre pelo menos dois ou três polos de EaD na região do terminal de ônibus, onde estão os po- tenciais alunos. E qual deles o aluno vai escolher? .... você fala: o aluno não vai saber o que fazer, aí as universidades entrão numa guerra marqueteira pela diminuição de custos, e emmuitos casos todos perdem: o aluno e a universidade que não consegue pagar as contas. O que mais você gostaria de destacar, que é importante para o setor? Os gestores das instituições continuam trabalhando na novamodalidade de ges- tão, em que não se preocupa só com a captação dos alunos mais tambémcoma permanência desses alunos. Essa gestão se dá por duas frentes importantes: 1. relacionamento humano; e 2. infraes- trutura e serviços. A guerra dos valores das mensalidades acaba por trazer men- salidades parecidas. Mas como o aluno escolhe? Depois do valor damensalidade que ele pode pagar, a localização da uni- versidade, se o curso é presencial e/ou a distância e as opções diversas dada pelas instituições. E aí ele começa a checar a qualidade, que pode ser elencada por critérios subjetivos. Tem os amigos que indicam; parentes que estudaram lá; nota de avaliação do curso no Ministério da Educação (MEC); resultado de empre- gabilidade; perenidade da instituição, o aluno pensa, por exemplo: “daqui dez ou vinte anos, eu voumostrar um certificado de graduação dessa faculdade, será que terá valor? Essa faculdade vai existir da- qui a 20 anos?”. Enfim, o grande diferen- cial é que o aluno de hoje sabe escolher muito bem o que ele quer: tecnologias? Boa infraestrutura? Bons serviços? E aí também entra a área de vocês que é o Facilities Management, que está o tempo todo procurando espaços que atendam às demandas individuais de seus clien- tes, cada vez mais criteriosos por melhor custo/benefício. relação direta da empregabilidade e das matrículas na educação superior. Toda a vez que se recupera empregabilidade, que a economia está melhor, a gente ga- nha na educação superior. Já na educa- ção básica é diferente, porque o aluno consegue sair da educação privada e ir para a pública muito rapidamente, pois tem vaga gratuita para esta migração, já na educação superior é o inverso. A rentabilidade das universidades vem do aluno dentro da sala de aula, certo? Em épocas de crise você precisa ter uma gestão eficiente para o menor custo pos- sível da IES. A questão é que há uma gran- de evasão de alunos ao longo dos cursos. Por exemplo, se 30 estudantes começam o curso e dez abandonam no meio do caminho. Um curso com uma mensali- dade de R$ 500,00, dez alunos pagampor mês R$ 5.000,00, eles pagam R$ 60 mil reais/ano, então se a universidade perdeu dez alunos, ela abre mão de uma verba de R$ 60 mil reais... Essa conta simples não era tão importante no passado, os mantenedores olhavam apenas para os ingressantes, agora, com o mercado tão concorrido, precisamolhar para a gestão da permanência, não podemperder esse recurso que custou caro para captar. Nunca vimos tanta publicidade sobre cursos, como hoje em dia... O mercado de educação está vivendo o seu período de maior concorrência em toda a história. Os grandes grupos educacionais já importaramomarketing agressivo de outros setores como o de tecnologia. Você chega em uma cidade e temmuitos polos educacionais um ao lado do outro. É fácil ver este fenômeno EVOLUÇÃO DOS INGRESSANTES PRIVADOS POR PROCESSO SELETIVO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL - PRESENCIAL E EaD - 2006 A 2017 Gráfico 1.5 - Fonte: Hoper Educação com dados do MEC/Inep. 1.151.102 179.619 1.183.464 224.994 1.198.506 247.021 1.157.057 268.056 1.181.650 297.298 1.260.257 375.559 1.508.295 469.357 1.494.490 440.507 1.658.350 649.638 1.493.004 612.831 1.400.818 258.254 1.419.679 907.957 2006 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 CAGR 12,2% CAGR 5,1% EaD Presencial ANÁLISE SETORIAL

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