Revista Infra Novembro/Dezembro 2019

15 INFRA Outsourcing & Workplace UM RESUMO DA HISTÓRIA DO MERCADO DE TRABALHO – TRANSFORMAÇÃO “O ser humano é muito bompara pre- ver o que vai ser destruído, mas muito ruimpara saber o que vai ser construído”. A frase do representante do conselheiro do escriório da América Latina do MIT Sloan, Gustavo Pierini, resume o tom da abertura do evento. Trazendo o histórico das transformações mundiais do merca- do de trabalho, ele mostrou o quanto a humanidade já passou por grandes mu- danças e o quanto foi surpreendida por novas demandas. Os trabalhadores do campo, por exemplo, que representavam 18% do mercado de trabalho america- no em 1910, hoje representam menos de 0,5%. Por outro lado, foram criados muitos empregos em outras áreas, em particular cargos administrativos, que saltou de 5% para 18%, e profissões téc- nicas, que foram de 4% para 23%, sendo o maior segmento atualmente. Para ele, ainda temos mais um fator positivo: a economia está reagindo muito mais rápido às transformações. Para ilus- trar, Pierini deu exemplos de como novas ofertas criam novas demandas. Segundo ele, os humanos foram substituídos por máquinas para aumentar aprodutividade, o que ocasiona renda extra para consumo denovos produtos e serviços. Assim, novos hábitos surgem, comoodesejode comida fresca, de ter dentesbonitosededarmelhor qualidadedevidaaospets – segmentos em crescimento na atual economia. Alémdos desejos desconhecidos, a exemplo do Fa- cebook. Ou seja, não temeliminação, mas grande transformação. Portanto, omodelo mental é que tem que ser mudado. “É muito difícil dimensionar onde toda essa mão de obra que está sendo descartada será recolocada”, afirmou ele. No entanto, ele deu indícios a partir do que já vem ocorrendo: para a Inteligência Artificial as coisas difíceis são fáceis e as fáceis são difíceis. Os robôs não fazem as atividades que nos trouxeram até aqui na evolução humana e estãomuito longe de nos acompanhar. Trabalhoqueprevê inteli- gência emocional e empatianão consegue ser realizado por nenhum tipo de máqui- na. Por isso, atividades físicas e manuais continuam caindo, enquanto cuidadores de idosos, por exemplo, segue crescendo. “O maior impacto das tecnologias inteligentes não será na eliminação de postos de trabalho, mas sim, namudança de como as pessoas fazem o que fazem, trazendo inovação para todos os aspec- tos de nossas vidas”, resumiu. O PAPEL E O CAMINHO DO ENSINO SUPERIOR A Diretora da Faculdade de Humani- dades, Artes e Ciências Sociais do MIT Sloan, Melissa Nobles, deu umpanorama das frentes de atuação da instituição para entender, acompanhar e ser umagente do futuro. Uma delas são as pesquisas feitas para entender os desafios globais, pauta- dos por questões debatidas em eventos realizados pelomundo e na própria insti- tuição, nos últimos dois anos. No contexto global, foram avaliados a adoção de tec- nologias e sua relação como trabalho em alguns países como Brasil, China, Alema- nha e Suécia. Em junho do próximo ano, a versão brasileira deve estar concluída e será disponibilizada ao público. A Diretora tambémdestacou uma ini- ciativa criada em 2018: o MIT Schwarz- man College of Computing. Trata-se de uma entidade que se relaciona com to- das as faculdades do MIT, baseada no es- tudo que ela denominou “bilíngue”, pois integra a linguagem humana à robótica, ou Humatics, em referência à junção das palavras em inglês human e robotics. “A missão é criar tecnologia usando os ro- bôs para servir o humano e para oferecer a ele recursos para tomadas de decisões mais seguras e eficientes”, explicou. O ser humano no centro também traz à tona sua responsabilidade, comomos- tra a mensagem-chave do Presidente do MIT para todos os trabalhos que vem sen- Divulgação Melissa Nobles, do MIT Sloan: em junho do próximo ano será publicada uma pesquisa sobre a adoção de tecnologias e sua relação com o trabalho, incluindo na avaliação o Brasil

RkJQdWJsaXNoZXIy Mjk5NzE=