Revista Infra - Abr-Mai-Jun 2021

InfraFM | 39 José Eduardo Lopes da Silva (JELS) – O comitê de crise mante- ve reuniões diárias na fase inicial da pandemia, para fazer frente à evolu- ção e ao desconhecimento inicial do processo pandêmico. Essa condição diariamente gerava informações e demandas novas, impactando direta- mente as áreas de infraestrutura e de logística. A volatilidade das mudanças exigiu da equipe uma forma diferen- te de trabalhar, ainda mais integrada. Uma coisa bacana estimulada pela Diretoria de Operações foi trabalhar com metodologias Agile , a exemplo do Design Thinking . A Infraestrutura de áreas destinadas à covid-19 era pla- nejada por meio de walking thru para “prototipar” aquela área. Assim tudo se iniciava com um produto provisó- rio que ia se aperfeiçoando até chegar numa estrutura física mais definitiva. Essa mesma velocidade foi aplicada à logística e ao planejamen- to de estoques, para atender itens que tiveram o consumo drastica- mente aumentado como foi o caso dos EPI´s e dos materiais de assis- tência ventilatória. Lidar com a mudança e enga- jar fornecedores foi desafiante mas também motivador. Na questão dos insumos, por exemplo, tivemos uma explosão dos valores dos EPI´s e depois voltamos ao patamar de mercado. Agora, na segunda onda, o aumento dos preços teve um im- pacto maior, afetando o orçamento de todas as instituição de saúde. MM – A incerteza em relação ao comportamento e ao impacto da nova doença determinou o aumento da demanda por EPIs como másca- na você chegar para trabalhar com uma demanda altíssima e com a necessidade de motivar os colabo- radores a serem os heróis da saúde , mas internamente conviver com a incerteza de saber se um de nossos familiares poderia adoecer. Dosar essa carga de trabalho e ter sensibi- lidade com cada membro da equipe, saber conversar e ouvir angústias de todos e, ainda, ter que lidar com colegas internados ou que perde- ram a vida, foi e é muito impactante emocionalmente. MM – Foi um período de mui- ta vulnerabilidade, de não saber di- reito o que estava acontecendo. E quando você troca “números” por “nomes”, o impacto psicológico é muito maior. Fazer mobilização, seja ela humana ou de materiais, de in- fraestrutura, nesse ambiente frágil e sem solidez, é um grande desafio. JELS – Quando a ficha caiu, vimos que a progressão da doença era muito elevada e aí as equipes sentiram mais. Por exemplo, tínha- mos na equipe pessoas do grupo de risco, outras com medo de traba- ras cirúrgicas, desinfetantes para as mãos, álcool líquido e óculos de pro- teção. Além disso, havia falta desses itens em toda a cadeia de abasteci- mento, levando aos preços abusivos e à escassez nos mercados nacional e internacional. Essa situação impôs a necessidade de implementar rigo- rosos mecanismos de racionalização do uso desses produtos no InCor, por meio da criação de uma Central de Dispensação de EPI´s que rápida e satisfatoriamente equacionou o risco de escassez e o aumento da demanda. Com uso de uma solução própria de TI, a nossa Central foi capaz de controlar e rastrear o con- sumo, principalmente como barreira à evasão e ao uso indevido de mate- riais, ao mesmo tempo em que deu segurança e educou a nossa força de trabalho sobre o uso correto dos re- cursos disponíveis. Desafios pessoais e a importância das equipes JELS – Ter sensibilidade para liderar a equipe foi essencial. Imagi- Da esquerda para a direita: Luiz Jacomino (Engenharia de Manutenção), Vânia Pereira (Administração Predial), José Eduardo Lopes da Silva, Rita Ferreira (Suprimentos), Regia Rueda (Arquitetura) e Cicero Marcelio (Engenharia Clínica).

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