Revista Infra - Abr-Mai-Jun 2021

40 | InfraFM lhar e, por outro lado, um decreto estadual que determinava a ma- nutenção da força de trabalho dos hospitais públicos integral e a pleno vapor, sem a possibilidade de home office. As férias também tiveram que ser canceladas. Era uma pres - são muito grande em várias frentes, fazendo com que o processo de tranquilizar e conscientizar as pes- soas fosse muito mais desafiador. Aproveito para agradecer e parabe - nizar todos os profissionais da Infra - estrutura e Logística do InCor pelo profissionalismo e dedicação desde o início da pandemia. MM – A última pandemia que vivemos foi há mais de 100 anos. No início desta, não só não tínhamos essa experiência coletiva como também dispúnhamos de muito poucas informações. Demorou um pouco para criar esse entendi- mento comum do problema. Em situações extremas como essas, é comum da natureza humana deixar aflorar tudo de bom e também de problemático nas pessoas, e esses dois lados têm que ser trabalha- dos ao mesmo tempo pela gestão. Então, havia pessoas que, numa atitude de autoproteção, se com- portavam como se nada tivesse acontecendo e, no outro extremo, estavam os cavaleiros do apocalip- se. Daí a importância das diretorias e da alta liderança para criar essa unidade, reconhecendo que todos tínhamos um desafio e uma missão a cumprir juntos. JELS – Já nesta segunda onda, mesmo com 100% de ocupação de leitos, por quase três meses segui- dos, a nossa resposta foi mais tran- quila. Não há dúvida de que isso é resultado do conhecimento acu- mulado em gestão de crise durante a primeira onda. Posso dizer que, apesar de toda carga emocional que ainda sentimos, os processos assistenciais e administrativos estão funcionando normalmente. O fato de termos nos preparado muito na primeira onda e em situações tão extremas nos fortaleceu para a se- gunda onda, o que evitou o colapso na instituição. Outro ganho importante no enfrentamento da covid-19 foi o aumento da nossa capacidade e da velocidade para elaborar e execu- tar projetos de investimentos de recursos governamentais num cur- to prazo de tempo. Quem conhe - ce o setor público sabe o desafio que é equacionar a agilidade que o momento pandêmico exige com o cumprimento de regras complexas do setor público que estão consoli- dadas na lei 8666. Com o know how que adquirimos nesse processo, conseguimos utilizar integralmente esses recursos em investimentos fundamentais como sinalização de espaços, melhorias de fluxo, pro - teção dos ambientes e dos colabo- radores, equipamentos médicos e insumos hospitalares. E isso sem fa - zer qualquer concessão às regras de transparência e das boas práticas do serviço público. REPORTAGEM DE CAPA Por Léa Lobo PE FIL Marcos Moraes e José Eduardo Lopes da Silva Marcos Moraes é diretor de Operações do InCor-HCFMUSP, médico pela USP de Ribeirão Preto, residência em clínica médica e em administração hospitalar e de sistemas de saúde (Proahsa), MBA em gestão em saúde pela FGV-Eaesp. Mestrando em soluções de inteligência artificial no auxílio ao processo de tomada de decisão cirúrgica, frente à priorização de pacientes em fila de espera. Entusiasta de mudanças e em busca de um sistema de saúde menos assimétrico e mais preocupado com o paciente e suas experiências. Pai da Maria e da Malu, esposo da Nath, esportista nas horas vagas, amante de um bom vinho e de uma boa comida. Perfil dos Gestores José Eduardo Lopes da Silva é graduado em engenharia elétrica com ênfase em eletrônica pela Universidade São Judas Tadeu. É especialista em gestão de projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Atualmente é diretor de Infraestrutura e Logística do InCor-HCFMUSP e professor do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. Foi diretor de Engenharia Clínica e Infraestrutura do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo). Tem 25 anos de experiência na área de engenharia clínica, engenharia hospitalar, avaliação de tecnologias em saúde, acreditação hospitalar e gestão de tecnologias em saúde.

RkJQdWJsaXNoZXIy Mjk5NzE=