Revista Infra / Jul-Ago 2022

InfraFM | 53 qualidade da gestão do contrato, porque é este profissional que garante o cumprimento dos acordos, respeitando padronização, governança e SLA’s para todas as unidades, sem diferenciação. A governança estruturada e disciplinada é o que vai definir o sucesso ou a ruptura da implantação desta nova cultura. Quando o assunto é categoria de entrega de serviços, como mencionado, ter capilaridade para prover serviços com um alto percentual de self-delivery é o primordial para que a parceria se torne financeiramente de sucesso. Considerar um alto percentual de subcontratação com gerenciamento, significa também alto valor de impostos duplicados, custos altos com profissionais de backoffice e neste caso, impede a entrega do grande benefício do IFM, que é a otimização de custos. Por fim, e como grande diferencial da integração, a tecnologia agregada ao processo proporciona ao cliente um qualitativo book de suas operações. Desde o levantamento e inventário de áreas e ativos, até a análise de comportamento desses itens em relação ao ambiente e usuários no decorrer do contrato. A integração sistêmica de todos os serviços, da solicitação à operação, traz o reconhecimento de cenários. É a partir das análises de dados prevista na governança por meio desses sistemas, que se compreende onde iniciar os processos de melhoria, redesenho de soluções e inclusive, o planejamento de investimentos de cada área. No Brasil a maturidade para o IFM ainda é baixa em representatividade de empresas: falta conhecimento técnico dos ganhos, falta tecnologia de gestão, baixa capacidade de entrega em serviços self- delivery dos fornecedores, baixo comprometimento do cliente e fornecedor para trabalhar com um só time e principalmente cultura organizacional. As grandes empresas do setor estão se estruturando para responder à demanda inicial que ainda é pequena, mas são poucas as que estão prontas para concorrer, com garantia de sucesso, nas licitações IFM a nível Brasil. O principal desafio é a mudança de mindset para buscar conhecimento teórico desta nova cultura e estruturação de um time de lideranças engajadas e comprometidas para liderar projetos como estes (governança). O time de Facilities do cliente e as lideranças do contrato do provedor de serviços são os grandes stakeholders no IFM. Não é possível trazer economia e qualidade ao mesmo tempo, sem a disponibilidade de self-delivery para atendimento aos serviços essenciais. Não é possível garantir as entregas, KPI’s e padronização destas entregas, sem uma governança bem estruturada e disciplinada, e, sem tecnologia, a integração e inovação está comprometida. Em um IFM, melhoria contínua é essencial para que o desenho seja revisitado sempre que as oportunidades de melhoria sejam identificadas. As lições aprendidas e metas atingidas nos processos de implantação e operacionalização de contratos, demonstram que essa modalidade de negócio, além de trazer ganhos representativos para clientes e fornecedores, promovem por meio de benchmarking, o tão sonhado processo de melhoria contínua e redução de custos. Se clientes e fornecedores se apresentarem como um único time de IFM, trabalhando em prol da melhor experiência para os usuários, o resultado é que o processo de maturação, melhorias e inovações, assim como a eficiência da parceria, sejam atingidos com agilidade e menor resistência da mudança de cultura. As empresas que se propuserem a mudar o mindset com agilidade, também colherão antecipadamente os benefícios deste modelo de gestão. E falando sobre agilidade, você sabia que hoje os mercados maduros em IFM já não falam mais em headcount , ou somente gestão de performance? Os vanguardistas já estão experienciando a gestão 2.0, ou seja, gestão por demanda. Somente as empresas com políticas claras de investimento e inovação, com sistema próprio e alto nível de integração de módulos e serviços, serão capazes de oferecer esta experiência aos seus clientes.

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