Revista Infra / set-out 2023

64 | InfraFM ESG NA SAÚDE Por Alexandre Hashimoto A Importância da Gestão de Infraestrutura Hospitalar na Era ESG P esquisas recentes indicam que a indústria da Saúde contribui com aproximadamente 5% das emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE). Essa contribuição substancial se origina principalmente da queima de combustíveis fósseis na cadeia produtiva e do alto consumo de energia. É importante considerar que muitos serviços de saúde operam continuamente, exigindo energia ininterrupta. Nos últimos anos, o acrônimo ESG (Environmental, Social e Governance) tornou-se um termo- chave. No entanto, muitas vezes, a retórica supera a ação. Isso é evidente quando observamos que a maioria dos países está longe de alcançar o principal objetivo do Acordo de Paris de 2015: manter o aumento da temperatura global abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, com um objetivo ideal de 1,5ºC. Dada esta realidade, é imperativo que as organizações de saúde vejam a gestão de infraestrutura como uma estratégia vital. Essa gestão não só pode proporcionar uma vantagem competitiva, mas também, se negligenciada, pode comprometer uma unidade de saúde. Além disso, práticas ESG são capazes de reduzir significativamente a pegada de carbono e combater as mudanças climáticas. Este artigo não busca aprofundar-se em um aspecto isolado da gestão de infraestrutura em saúde, mas sim destacar áreas essenciais de consideração. Desde a localização de uma unidade de saúde — ponderando acessibilidade, segurança e outros fatores — até a escolha de fornecedores e materiais, a sustentabilidade deve ser um pilar central. Com a evolução para o paradigma da Saúde 4.0, além da transformação digital, é fundamental considerar o Desenvolvimento Sustentável e a Experiência do Cliente. Ambicionamos unidades de saúde que sejam sustentáveis e adaptáveis, proporcionando ambientes eficientes e acolhedores, longe da estigmatização de espaços depressivos. A digitalização na gestão de infraestruturas é crucial para otimizar operações e reduzir impactos ambientais. Vale ressaltar a importância de abordagens como a Bioarquitetura e o Design Biofílico, que nos reconectam com soluções naturais. Em uma era de avanço tecnológico, devemos valorizar a iluminação e ventilação natural. Estudos, como o de Roger Ulrich em 1984, demonstraram que a integração da natureza nos cuidados de saúde beneficia os pacientes, reduzindo tempos de permanência e uso de analgésicos. Além disso, tais abordagens melhoram significativamente a experiência do paciente, elevando o conforto e a humanização, e potencializam a produtividade das equipes de saúde. Concluindo, é vital abordar a Gestão de Infraestrutura na saúde com uma visão holística, integrando-a à estratégia ESG. Isso não apenas realça o valor da indústria da saúde, mas também alinha-se aos objetivos globais de sustentabilidade. Espero que esta leitura tenha oferecido novas perspectivas. Agradeço a atenção e aguardo o seu retorno em futuras publicações da Health Prime.

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