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DESIGUALDADE SOCIAL E
O NEGÓCIO CULTURAL
O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) promoveu em
28
de setembro o seminário Desenvolvimen-
to Regional: avaliação, desafios e perspectivas
para o Nordeste, evento que integra as come-
morações pelos 60 anos da instituição.
Entre os temas em debate, teve destaque o
incentivo para financiamentos que o BNDES
e o Banco do Nordeste (que também comple-
tou seis décadas) estão disponibilizando para a
região. Ambas instituições fomentam e apoiam
operações associadas à formação de capaci-
tações e ao desenvolvimento de ambientes
inovadores, com o intuito de gerar valor eco-
nômico ou social e melhorar o posicionamento
competitivo das empresas, contribuindo com a
criação de empregos, melhor eficiência produ-
tiva e a sustentabilidade do país.
No debate, ficou evidente o esforço das
instituições bancárias, que estão operando
além das áreas de tecnologia, saúde, enge-
nharia, mas com projetos de incentivo à eco-
nomia criativa, ou seja: projetos culturais por
todo o Nordeste.
Em sua apresentação, Jair do Amaral Fi-
lho, da Universidade Federal do Ceará (UFC),
alertou que dentro desse ambiente, a cultura
e a criatividade populares explodem, produzin-
do inovações e rupturas, saindo de pequenos
para grandes eventos como vaquejadas, festas
juninas, carnavais e tantas outras grandes ma-
nifestações culturais populares que se trans-
formam em movimento de massa, marcando
portanto uma enorme criatividade. “Somos
uma sociedade que absorve a cultura de massa
e que produz incrível impacto econômico”, sa-
lientou o acadêmico.
Com relação ao calcanhar de Aquiles do
nosso país – a desigualdade social – Jorge Cor-
te Real, presidente da Federação das Indústrias
do Estado de Pernambuco (FIEPE), lamentou
a falta de uma política que resolva de maneira
eficiente este problema em todo o país. “Isso
requer um ambiente diferente. Temos que ter
custos de financiamentos diferenciados, inves-
timento de infraestrutura. Tenho certeza que
este país jamais será desenvolvido sustentavel-
mente com esta desigualdade social. Não po-
demos mais conviver com isso”.
No mesmo contexto, o governador Eduar-
do Campos complementou: “não dá mais para
fazer o mais do mesmo, precisamos aproveitar
a oportunidade de uma grande crise, que tem
tocado o Brasil, para fazer desta ameaça uma
oportunidade de reflexão que coloque a ques-
tão da desigualdade como algo estratégico no
país que queremos construir (...)”.
Stélio Gama Jr. (diretor no BNB), Julio
Ramundo (diretor industrial no BNDES)
e Jorge Corte Real (presidente da Fiepe)
Divulgação BNDES – Cláudio Portela