Revista Infra / set-out 2023

50 | InfraFM A pandemia nos mostrou a necessidade de reinventarmos a forma como trabalhamos e nos relacionamos. Para muitos, o home office se tornou a norma, enquanto para outros, permanecer no ambiente de trabalho físico foi essencial. Cada profissão, cada pessoa, tem uma realidade distinta. O importante é entendermos que a flexibilidade, a adaptação e a empatia são essenciais neste novo mundo. As empresas precisam estar atentas às necessidades de seus colaboradores, oferecendo suporte, infraestrutura e capacitação para enfrentar os desafios que surgem. A tecnologia desempenha um papel fundamental nisso, possibilitando que muitos continuem suas atividades mesmo à distância. Mas não podemos esquecer daqueles que dependem do contato físico, da presença no local de trabalho para desempenhar suas funções. Para estes, o desafio é ainda maior. Em suma, o mundo pós- pandemia nos trouxe reflexões importantes sobre a natureza do trabalho e a importância da adaptação. E, independentemente da profissão, todos nós somos desafiados a encontrar novas formas de desempenhar nossas atividades, seja em casa, no escritório ou em campo. A recente tendência de trabalho remoto trouxe à tona uma reflexão: é um privilégio no cenário atual? Claro, muitos viram benefícios trabalhando de casa. As habilidades de gestão de tempo e foco foram aprimoradas, e uma nova abordagem à produtividade surgiu. Ao invés de contabilizar horas trabalhadas, passamos a avaliar a produtividade real. As normas de vestimenta relaxaram, trazendo agilidade e até reduzindo custos. Mas, e o outro lado da moeda? Já refletimos sobre a saúde mental dos colaboradores em um regime totalmente remoto? E quanto à segurança digital e à conformidade com a LGPD? Antigamente, renomadas empresas tinham rígidas restrições. Agora, gerentes acessam informações confidenciais de suas casas. Será que isso afetou a cultura corporativa e a legislação laboral? E ainda há a discussão sobre o excesso de trabalho, principalmente entre as mulheres. Muitos veem o trabalho remoto como uma bênção, mas nem todos têm a infraestrutura adequada. Em São Paulo, por exemplo, a média residencial é de 49m². E temos lançamentos de estúdios com apenas 13m². Como garantir boas condições de trabalho nesses espaços? A realidade é que a digitalização trouxe uma enxurrada de reuniões. Antes, quatro reuniões no dia eram marcantes; agora, 10 a 15 são normais. E com tantas, muitos se distraem. Segundo uma pesquisa, 65% fazem outras atividades durante uma reunião online. Isso aconteceria presencialmente? Então, 2021 e 2022 trouxeram uma onda de demissões. Em plena crise, as pessoas valorizaram a flexibilidade. Nos EUA, especialmente entre os millennials e a geração Z, as demissões dispararam. E então surgiu o “quiet quitting”, onde profissionais fazem apenas o mínimo. Os motivos para demissão também evoluíram: falta de flexibilidade no trabalho, falta de apoio ao bem-estar e espaços de trabalho inseguros. A mobilidade urbana também é uma discussão relevante. Em São Paulo, se alguém opta por trabalhar de casa duas vezes por semana, economiza 240 horas por ano, quase um mês e meio de trabalho! Então, enquanto as vantagens do trabalho remoto são claras, ainda há muitos aspectos a serem ponderados... ... ter um funcionário aqui em São Paulo e outro em Fortaleza, e ambos trabalhando no mesmo projeto. Você pode ter alguém em Belo Horizonte colaborando com um colega em Curitiba. Esta nova lei permite essa interação sem barreiras geográficas. Além disso, a flexibilidade proporcionada pelo trabalho híbrido ajuda na retenção de talentos. Muitos profissionais hoje valorizam mais a qualidade de vida, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, do que simplesmente o salário ou o status da posição. Então, as empresas que adotam essa modalidade têm um atrativo a mais na hora de contratar e reter talentos. REFLEXÕES

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