Revista Infra / set-out 2023

InfraFM | 57 comprador focado frequentemente em reduzir custos, muitas vezes comprometendo a qualidade. Analisando o passado, muitos acreditavam que o mercado de prestação de serviços era rudimentar. Contudo, ele evoluiu consideravelmente. O desafio atual reside em como os contratantes percebem e valorizam tais serviços. A limpeza, hoje, é um dos serviços mais terceirizados e é essencial que seja percebida como de grande valor e relevância para a saúde e bem-estar das pessoas em ambientes de trabalho. Lars observou que empresas devem evoluir constantemente. “Tenho algumas premissas: uma empresa que não cresce, morre; que não tem lucro, morre; e que não inova, também morre. Recentemente, acrescentei: empresas que não atendem e não cuidam de pessoas, também morrem”, ressalta. Completa que o movimento ESG tem crescido e muitas empresas exigem diversidade nos contratos, o que é louvável, mas deve ser alinhado com os valores e expectativas de qualidade. É necessário entender e valorizar a diversidade em sua essência. “No exterior, vi que muitos brasileiros, especialmente do Nordeste, realizam trabalhos de limpeza e são altamente produtivos. Aqui, no Brasil, ao contrário ainda enfrentamos desafios na contratação de serviços, com foco na quantidade e não na qualidade. Precisamos mudar essa visão e valorizar mais a produtividade vital quanto possuir os melhores equipamentos de monitoramento. Para empresas que, neste momento, não conseguem criar um negócio, Lars sugere estabelecer novos parâmetros de atuação ou de atendimento para os já existentes. Encontrar algo que impulsione e motive os colaboradores pode refletir em um aumento no faturamento, levando a empresa a crescer rapidamente. Uma mudança nos processos pode assegurar a saúde financeira do negócio. Estabelecer novas metodologias pode garantir resultados e manter os clientes satisfeitos. E é dessa forma que mantém seus negócios altivos. No segmento de Facilities Services, Lars destaca que muitos compradores se focam excessivamente no preço, negligenciando a qualidade. Ele sempre lembra de um ditado: “O doce sabor do preço baixo desaparece muito antes do amargo sabor da má qualidade”. Atualmente, os compradores enfrentam o desafio de adquirir serviços intangíveis, diferente de produtos tangíveis como parafusos. Entender isso exige uma visão mais abrangente e sensível. Lars costuma fazer uma analogia: ao visitar a casa de uma italiana, talvez a limpeza não seja prioridade, mas a comida é primorosa. Na casa de uma alemã a prioridade é inversa, a limpeza é impecável. A forma de adquirir serviços mudou. Antes, o usuário era o comprador do serviço. Agora, é o e o desempenho. É preciso investir no potencial brasileiro, oferecer melhores condições e incentivar a ascensão social”, declara. Quanto a atual conjuntura política e econômica Lars pontua que há desafios, mas que ele está cautelosamente otimista, lembrando que é essencial que haja responsabilidade fiscal e uma gestão centrada nas pessoas e na eficiência. E é isso que ele espera, uma gestão que valorize e invista na essência do povo brasileiro. Do outro lado, e refletindo sobre a nossa atual situação socioeconômica, percebe que muitos profissionais parecem estar contentes em receber um auxílio do governo. “Isso tem consequências para a produtividade e motivação para trabalhar. Em algumas comunidades que conheci na Bahia, a vida era simples, mas havia alegria. As necessidades básicas eram atendidas, mas isso pode impedir um desenvolvimento maior”, pontua. Por fim Lars pontua que para melhorar a situação da prestação de serviços especializados, precisamos focar na produtividade e qualidade dos serviços. “Não basta apenas realizar o trabalho, é preciso medir a satisfação do cliente e garantir que estejamos entregando valor. Entregar valor e confiança é o que mais importa. Em algumas áreas, mesmo quando a qualidade do trabalho não é perfeita, um excelente atendimento ao cliente pode fazer toda a diferença!”, finalizou.

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