Page 50 - fevereiro 2012

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INFRA
Facility
|
Property
Mercado Imobiliário
N
a última reunião do ano de
2011 do Comitê de Merca-
do do NRE-Poli, o núcleo
procurou oferecer a visão
perspectiva de comportamento do mer-
cado para o ano de 2012, resultado do
debate entre seus membros. O debate
na reunião se apoia numa enquete entre
os dezenove membros, cujas respostas
são levadas à discussão na reunião. As
ênfases, convergências e divergências
eventuais, são referidas nesta nota.
O questionário da enquete foi di-
vidido em três partes: 1. Mercado Re-
sidencial; 2. Vendas, Desempenho das
Empresas e Crédito e 3. Empreendi-
mentos Comerciais.
Ressalva: em novembro de 2011, ha-
via sinais de que a economia global pode
sofrer, em 2012 e adiante, uma contra-
ção provocada pelo cenário difuso e mal
resolvido da economia da zona do Euro,
além da evidência de que a economia
norte-americana não consegue desem-
barcar dos efeitos da queda de desem-
penho provocada pela situação defla-
grada pela desorganização do crédito
imobiliário (bolha de preços e default
e quebra de confiança nos títulos de
securitização de créditos imobiliários).
Essa contração, a depender da sua
profundidade, que ainda não é possível
projetar, tendo em vista ações e even-
tos esperados para os próximos meses,
pode provocar impactos na economia
brasileira e no mercado do real estate.
C
onfira a
seguir
,
a
terceira
parte
da análise
,
que aborda os
empreendimentos comerciais
:
1)
A vertente prevalente das opiniões
no CM-NRE-Poli é de que o volume
de novos negócios (em m
2
de área bruta
locável) de edifícios de escritórios em
grandes lajes (corporativos) que terão
início em 2012, relativamente a 2011,
nos grandes centros urbanos, será equi-
valente com pequeno viés para mais ou
menos. O incentivo para o investimento
está focado na relação ainda muito bai-
xa entre a área instalada e a população,
quando se compara os indicadores das
grandes cidades (São Paulo e Rio de
Janeiro privilegiadamente) com outros
centros mundiais de negócios. Outro in-
centivo é a evidência de que faltam es-
paços de qualidade em São Paulo. Essa
evidência tem sido um indutor de inves-
timentos, ainda que se deva considerar
que investimentos em empreendimento
desse tipo têm longo ciclo de matura-
ção (projeto, aprovações e construção),
além de
payback
longo, de modo que
análises de longo prazo deveriam ser
moderadores da ânsia de investimento.
2)
Os aluguéis de empreendimentos
de lajes corporativas nos grandes cen-
tros urbanos em 2012, relativamente a
2011, serão equivalentes ou crescerão
moderadamente, porque ainda deverá
se verificar falta de espaços, tendo em
vista que há empreendimentos que só
representarão oferta mais adiante. Ha-
vendo forte contração na economia,
essa perspectiva pode inverter, mas não
sensivelmente, a se considerar a elevada
taxa de ocupação dos espaços. Eventu-
al contração é um problema para refletir
no mercado mais adiante.
3)
A oferta de investimentos em edifí-
cios de pequenos escritórios comparti-
lhados nos grandes centros e em cida-
des grandes em 2012, relativamente a
2011, será menor ou diminuirá muito, é
a opinião prevalente entre os membros
do CM-NRE-Poli. Considerando que a
grande oferta verificada, especialmente
em 2011, só entrará no mercado compe-
titivo entre 2014 e 2015, ainda que exista
um clima de incerteza na economia que
induza à busca de aplicações defensivas
para a poupança das classes de renda
média alta, a demanda mostrará algum
fôlego, podendo influenciar a oferta.
O mesmo viés da oferta se replica à de-
manda, tendo em vista que a atuação
dos empreendedores nesse segmento
Perspectivas para o setor de
Real Estate no Brasil em 2012
Comitê de Mercado do NRE-Poli oferece visão
sobre empreendimentos comerciais