Page 15 - Revista Infra Outubro 2012

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INFRA
Outsourcing &Workplace
Qual é a visão do investidor imobiliário
quando se fala de Facility/Property
Management?
Acho que o investidor está meio
afastado disso. O que chama a sua
atenção é o fato de o prédio estar bem
mantido e bem alugado. Só que para isso
você precisa tomar conta de todas essas
partes. O que tem impactado a atenção
dos investidores, hoje, é a qualidade do
prédio e se ele tem certificação verde.
Qual é o posicionamento da sua
empresa quanto à sustentabilidade?
Nossa decisão estratégica acerca do
tema teve início em 2000, quando come-
çamos a planejar e seguir nessa direção.
Pelo fato de termos presença em várias
partes do mundo [Europa, Estados Uni-
dos, China, Índia...], realizamos uma
reunião anual com grandes parceiros
(
empresas que estão utilizando nossos
espaços). É uma “round table”, em que
discutimos tendências e necessidades
dos empreendimentos. E essa questão
da sustentabilidade começou a apare-
cer muito tempo atrás, apesar de muitas
empresas nem estarem preparadas. É
importante estar perto do cliente para
entender as suas demandas e até mesmo
as tendências de administração: expan-
são do espaço, enxugamento, salas fe-
chadas,
open space
etc. Ao acompanhar
essas dinâmicas, conseguimos detectar e
apostar” em perfis mais adequados para
os empreendimentos futuros.
Essas reuniões também acontecem para
a área de operação?
Sim. Com isso, conseguimos diag-
nosticar tendências e o que cada região
deseja. Mas eu te diria que existem
questões que são diferentes. Porém,
a espinha dorsal, o conceito de como
operar, é o mesmo. E é isso que dá mais
conforto para os grandes usuários que
nos acompanham.
Qual é o maior desafio na operação de
um empreendimento misto?
Quando se tem um edifício com di-
ferentes usos e onde há a convivência
de diversos grupos, é preciso equilibrar
limite e flexibilidade. Acho que um dos
segredos é entender qual é a necessi-
dade de cada um desses clientes. Na
verdade, o operador do prédio precisa
atender os inquilinos e também pensar
na qualidade da edificação/sistemas no
longo prazo. É assumir a postura de
facilitador”.
Hoje, o portfólio da empresa é
composto de edificações comerciais
e industriais, mas também de
residenciais de alto padrão – com
usuários mais exigentes, áreas de lazer
e serviços mais sofisticados...
Em se tratando dos residenciais, te-
mos certa experiência. Atuamos neste
segmento aqui no Brasil desde 2004, e
ele tem se mostrado um bom produto
imobiliário. Apesar de tratarmos com as
pessoas físicas, ao mesmo tempo elas
estão envolvidas com uma empresa.
Então, uma de nossas grandes preo-
cupações é atender esses dois tipos de
clientes com a mesma qualidade, pois
no final a questão da imagem corpo-
rativa, do posicionamento que temos
no mercado, é muito importante. Por
outro lado, não desenvolvemos a ope-
ração em empreendimentos residen-
ciais. Achamos este um
business
muito
especializado, e existem grandes e boas
empresas no Brasil que podem e estão
atuando neste mercado. O nosso papel
é acompanhar, através desses
players
,
quais são as necessidades de um prédio
com este perfil.
A presença de vocês, hoje, está
fortemente concentrada em São Paulo e
no Rio de Janeiro. E acabam de lançar o
primeiro empreendimento em Brasília.
Chegamos ao Brasil em 1995 e o pri-
meiro empreendimento foi a Torre Norte
[
que compõe o CENU – Centro Em-
presarial Nações Unidas, em São Paulo]
um marco na categoria classe A, que
ainda se tornou um cartão-postal da ci-
dade. Depois veio o Rochaverá Corpora-
te Towers (geração ainda mais moderna
de edifícios e o primeiro com certificação
verde no Brasil) e o Ventura Corporate
Tower no Rio de Janeiro. Decidimos re-
centemente olhar para Brasília como este
terceiro mercado com grande potencial
de longo prazo. (Leia nesta edição o case
predial do Green Towers Brasília)
Por quê?
Percebemos que apesar de terem
aproximadamente 50 anos, os prédios
não tiveram muita renovação. Dessa
forma, se mostra um mercado de boas
oportunidades tanto para retrofits quan-
O operador do prédio precisa
atender os inquilinos e também pensar
na qualidade da edificação/sistemas
no longo prazo