Page 30 - Revista Infra Novembro 2012

Gestão Hospitalar
30
INFRA
Outsourcing &Workplace
Ribeiro de Souza, doutor em arquitetu-
ra e professor da Faculdade de Arqui-
tetura e Urbanismo da UFRJ, tem uma
visão ainda mais ampla. Para ele, a aces-
sibilidade não diz respeito apenas ao pa-
ciente, mas sim a todos os usuários, que
de alguma maneira vão interagir com o
ambiente de saúde. “É muito limitado
pensar que basta apenas utilizar rampa
e adaptar o banheiro para atender aos
requisitos de acessibilidade de pessoas
com deficiência. Na verdade, ao proje-
tar um edifício, deve-se levar em conta
como oferecer condições de acesso e
de uso, de forma independente e autô-
noma, àqueles usuários com limitações
de mobilidade”, explicou em seu painel
no evento.
Para o especialista, hoje, grande
parte dos hospitais ainda está longe
de atender a legislação vigente para
proporcionar ambientes acolhedores e
humanizados que promovam condições
de inclusão das pessoas com deficiên-
cia. “É preciso entender que proporcio-
nar condições de acessibilidade a to-
dos os usuários dos espaços de saúde,
elevando o nível de usabilidade, não se
trata de um favor ou benesse, mas sim,
Hospital São Luiz, unidade Itaim: novo layout e expansão de 700 para 1.500 m
2
S
USTENTABILIDADE
Estas novas tendências empregadas
nestes hospitais estão tão em evidência,
que foram muito discutidas durante o
V Congresso Brasileiro para o Desen-
volvimento do Edifício Hospitalar
.
Uma
das palestrantes, Ana Virginia Carva-
lhaes de Faria Sampaio, reforçou justa-
mente a questão da sustentabilidade nas
obras de saúde. Para ela, falar de meio
ambiente não é apenas economizar, mas
saber usar da melhor forma os recursos
naturais. “O objetivo é de sempre re-
duzir, reutilizar e reciclar os materiais e
com isso evitar o desperdício”.
Já para o arquiteto, urbanista e pro-
fessor Siegbert Zanettini, “não dá mais
para fazer arquitetura com tecnologias
superadas. A ecoeficiência com o uso de
tecnologias limpas, renováveis e seguras é
uma necessidade no ambiente construí-
do, além de minimizar o impacto ambien-
tal”. O arquiteto salientou que é preciso
sempre abordar a arquitetura como um
todo, valorizando ventilação e ilumina-
ção naturais e respondendo a todas as
necessidades.
A
CESSIBILIDADE
Além dessa preocupação com o
sustentável, os projetos precisam se
atentar para a questão da acessibili-
dade. “A humanização nas edificações
hospitalares inclui proporcionar ao pa-
ciente e às equipes de saúde autonomia
para sua locomoção. Para isso, cabe
aos arquitetos pensar em alternativas
para prover condições de inclusão de
pessoas com mobilidade reduzida”, res-
saltou Fábio Bitencourt, presidente da
ABDEH – Associação Brasileira para
o Desenvolvimento do Edifício Hospi-
talar, durante o congresso.
O especialista Ubiratan da Silva
A humanização
nas edificações
hospitalares inclui
proporcionar
ao paciente e às
equipes de saúde
autonomia para
sua locomoção
Fotos Divulgação