Page 33 - Revista Infra Novembro 2012

33
INFRA
Outsourcing &Workplace
profusa comunicação e muito uso de BI
[
Business Intelligence
]
para acompanhar
os resultados. Esta é a equação – sem
resultados, a missão da organização se
embota e, sem colaboradores com ca-
pacidade de decisão, também. Então,
muita capacitação, muita comunicação
e muita cobrança. Esse é o estilo.
Como especificam e contratam
prestadores de serviços?
Todos os colaboradores que entram
em contato direto com o nosso cliente
são contratados pela CLT. Boa parte da
limpeza, manutenção, recepção, tele-
fonia é, portanto, própria e passa pelo
nosso processo de seleção, acolhimento
e capacitação como descrito. Os pres-
tadores de serviços de terceiros são
parceiros selecionados previamente por
avaliações realizadas no mercado para
verificar suas práticas corporativas e,
posteriormente, são apresentados às
nossas regras de funcionamento e ca-
pacitação. São continuamente acom-
panhados, avaliados e devem seguir os
nossos valores.
Quais estratégias utilizam para
reter os bons funcionários?
Pacote de remuneração (salários
+ benefícios + remuneração variável)
compatível com o mercado comparati-
vo é fundamental, mas não suficiente.
Os investimentos em treinamento e o
processo de expansão do Hospital tam-
bém contribuem de forma importante
para maior mobilidade e abertura de
novos espaços de carreira entre seus
profissionais. E, desde 2008, temos
investido fortemente em pesquisas de
engajamento e no desenvolvimento
das lideranças para atentarem a outros
aspectos da gestão diária das equipes
que envolvem, por exemplo, ações de
reconhecimento, clareza das políticas
institucionais e diálogo constante para
alinhamento de expectativas, fatores
de crescente importância na decisão de
permanecer na Instituição.
Sabemos que um edifício de saúde
é um organismo em constante
transformação. De quanto em
quanto tempo planejam obra
de retrofit e/ou ampliação?
Os retrofits são, em geral, parte do
plano anual de manutenção e estão no
projeto orçamentário. As expansões são
mais complexas, pois exigem uma con-
tínua avaliação de riscos e oportunida-
des que o mercado oferece – objeto de
avaliação anual. Geralmente, por volta
de setembro, quando são construídas
as premissas para o planejamento or-
çamentário do próximo ano, é realizada
a análise ambiental e verificada como
está a demanda por nossos produtos e
se temos novos produtos a integrar ao
nosso portfólio. Este é o momento nor-
mal. Porém, ocorrem oportunidades,
ofertas de novas tecnologias, por exem-
plo, que rompem com o ciclo do plane-
jamento orçamentário e estas janelas de
oportunidade são avaliadas e levadas à
decisão do nível político da organização
o Conselho de Administração.
Qual o maior desafio na hora de realizar?
O desafio da gestão é plural. Con-
seguir que as pessoas de boa vontade
façam o que deve ser feito da maneira
certa no momento certo exige: conhe-
cimento da tarefa (capacitação), auto-
ridade (competência para liderar) e co-
municação. Acho que nas organizações
complexas, o desafio singular mais im-
portante é a comunicação.
Como buscam a eficiência
operacional e a redução de custos
sem perder em qualidade?
Continuamente, os processos es-
tão sendo avaliados e acompanhados.
Também em áreas especificas, usamos
ferramentas como o
Lean Manufac-
turing
[
que pode ser traduzida como
manufatura enxuta – uma filosofia de
gestão focada na redução dos sete tipos
de desperdícios: superprodução, tempo
de espera, transporte, excesso de pro-
cessamento, inventário, movimento e
defeitos] em busca de melhores resul-
tados. Na verdade, o ciclo da qualidade
(
PDCA) sempre está sendo construído.
É uma espiral sem fim.
Perfil
Gonzalo Vecina Neto
é médico
com especialização e mestrado em
Administração de Saúde pela EAESP/
FGV. Atualmente, é docente da FSP/
USP (desde 1988) e superintendente
corporativo do Hospital Sírio-Libanês
(
desde set/2007).
Divulgação