Page 68 - Revista Infra Novembro 2012

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INFRA
Outsourcing &Workplace
Assunto do Mês - Artigo
D
iferentemente das insta-
lações hidráulicas prediais
comuns, cuja permanente
utilização permite que er-
ros de projeto e instalação sejam mais
facilmente identificados e solucionados,
os sistemas hidráulicos de proteção
contra incêndio permanecem em
stand
by
durante a maior parte da vida de uma
edificação. Este estado de inatividade
dificulta a identificação de erros de di-
mensionamento, que só serão percebi-
dos durante o incêndio, quando talvez
seja muito tarde.
O problema é recorrente nas insta-
lações de sprinklers, ou chuveiros auto-
máticos, um sistema de proteção contra
incêndios cada vez mais usado no Brasil
para proteger edificações comerciais e
industriais. Apesar de ser um método
extremamente confiável e efetivo para
o controle automático do fogo, siste-
mas subdimensionados dão ao usuário
da edificação uma falsa sensação de se-
gurança e podem ser totalmente inefi-
cazes durante o incêndio.
Dados internacionais atestam am-
plamente a eficiência desta tecnologia.
De acordo com o mercado segurador
em nível global, entre 1997 e 2007, o
prejuízo médio devido a incêndios em
edificações com instalação adequada de
sprinklers foi de US$ 600 mil; o prejuízo
médio registrado em locais sem sprink-
lers foi de US$ 3,4 milhões (5,7 vezes
maior). Calcula-se que 80% dos in-
cêndios controlados por sprinklers nem
mesmo chegam a ser registrados. Em
outras palavras, percebe-se que esse
sistema pode ser um aliado muito efi-
caz na proteção contra chamas. Porém,
isso só é possível se uma estrutura de
segurança contra fogo que contemple o
seu uso for corretamente dimensiona-
da, projetada e instalada.
Sob o ponto de vista da segurança
dos ocupantes, a NFPA (
National Fire
Protection Association
),
dos EUA, infor-
ma que desde que os sprinklers foram
desenvolvidos, há mais de 120 anos, não
há registro de incêndios com mais de
um óbito em edificações protegidas por
esse sistema quando estava adequada-
mente projetado, instalado e mantido.
Essa ressalva é extremamente impor-
tante, pois é o que define a efetividade
do equipamento e a garantia de segu-
rança contra o fogo.
Alguns números dão uma dimensão
dos danos que o fogo pode causar. Pes-
quisa desenvolvida pela Câmara de Co-
mércio de Londres estima que naquele
país o número de negócios que entra em
falência um ano após uma catástrofe
como um incêndio pode chegar a 80%.
O Reino Unido apresenta outros da-
dos preocupantes em relação a perdas
causadas por fogo. De acordo com a
Associação de Seguradoras Britâni-
cas (ABI, na sigla em inglês), os nú-
meros mais recentes sugerem que, no
primeiro semestre de 2009, as segura-
doras na Grã Bretanha pagaram 639
milhões de libras por danos causados
por incêndios. Isso equivale a 3,6 mi-
lhões de libras por dia.
Além dos prejuízos materiais causa-
dos pelas chamas, há outros desdobra-
mentos mais complexos a se avaliar. É
o caso dos impactos sociais (segurança
das pessoas, serviços de emergência,
socorro e saúde); econômicos (a quei-
ma de estabelecimentos comerciais ou
industriais pode resultar em uma parada
provisória ou permanente de atividades,
fechamento de postos de trabalho e
não recolhimento de impostos); e am-
bientais (geração de mais gases tóxicos,
resíduos, uso de água em larga escala e
efluentes contaminados), entre outros
aspectos. Ou seja, parte considerável
A importância da qualidade de
projetos de segurança contra incêndio
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