Página 7 - Revista Infra Janeiro 2013

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INFRA
Outsourcing &Workplace
e contou até dez para tentar encontrar
uma solução. Tentou negociar com o
fornecedor que entregasse apenas 50%
da carga naquele dia, mas foi informado
que não seria possível, pois o caminhão
seguiria para outro cliente no interior e
que não teria como retornar.
Rapidamente, o Facility decidiu acondi-
cionar as embalagens num grande espaço
de estoque que tinham, que – aliás – era
um galpão atrás da sede da empresa. Tra-
tava-se de um espaço para guarda de ma-
teriais e, para ajudar, na hora da descar-
ga, foram acometidos por uma nervosa
chuva de verão... Resultado: caixa refri-
gerada e molhada. Enquanto sua equipe
cuidava da organização dos PERUS no
galpão, o Facility ligou para o RH e pe-
diu de forma emergencial que todos os
funcionários retirassem seu presente de
Natal até no máximo às 18h.
E é aí que começa o segundo capítulo da
história. A secretária do Presidente liga
para o Facility e diz que não vai pegar
um PERU de jeito nenhum, que é para
ele comprar uma embalagem especial
(
que com certeza vai custar mais do que
o produto em si) e colocar na conta da
empresa, conforme já aprovado pelo Pre-
sidente. As ligações continuam e, é claro,
ninguém liga para o RH, somente para o
Facility: “Quem teve esta brilhante ideia?
Como vou levar isso para casa? Eu não
como carne de ave. Posso ganhar outra
coisa? Eu e minha mãe trabalhamos aqui
e dois PERUS é muita comida. Posso ga-
nhar um em dinheiro?”.
Ufa... Após um trabalho extremamente
exaustivo, 70% da cestas foram entre-
gues. Mas ainda estavam sobrando umas
300
embalagens, já que a empresa traba-
lha em três turnos. O que fazer com elas?
A saída encontrada pelo Facility foi
reunir alguns colaboradores e pedir
que fossem a uma empresa de gelo e
enchessem a caçamba de um dos ca-
minhões da empresa. O gestor foi proa-
tivo, mas não perguntou quanto custa-
ria... Não preciso dizer que depois foi
chamado a depor por não pensar nas
autorizações necessárias para a com-
pra de última hora.
No segundo dia, ele conseguiu entregar
outros 20% dos PERUS, embora muito
preocupado, pois as embalagens já es-
tavam descongelando. Infelizmente, so-
braram 10%, daqueles que estavam de
férias, viajando ou em outros compro-
missos. A decisão foi incinerar a sobra.
Mas onde? Foi quando o Facility conta-
tou seus parceiros da área de resíduos,
que o ajudaram a resolver o problema.
Quanto à caixa do PERU dele, eu não
vou contar o que ele fez com ela. Aliás,
ele odeia PERU, e agora é odiado tam-
bém pela senhora que cuida da copa e
outros tantos, pois o motorista proibiu a
velha do PERU” de subir na van.
Brincadeiras à parte, podemos tirar
desta história uma grande lição. Não
basta ter uma boa ideia, é necessário
envolver as pessoas certas e pensar em
todas as ações sistemicamente. Esta-
belecer um plano, elencar as possíveis
contingências, ter pessoal necessário
para execução... Caso contrário, o
PERU do Natal (gratificações extras)
pode ir parar no lixo e ser dor de ca-
beça pelo ano todo. A soma das ações
mal planejadas pode resultar em perda
de lucratividade para a empresa!
Uma feliz passagem para 2013!
Cervelli
11 4186-9600
Sua divisória, seu jeito!