Página 27 - Revista Infra Março 2013

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INFRA
Outsourcing & Workplace
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empreendimentos comerciais nos
últimos três anos, totalizando cerca de
20
mil unidades e um Valor Geral de
Vendas (VGV) de R$ 9,1 bilhões. A região
campeã em vendas foi a Zona Sul, com
8,79
mil unidades comercializadas.
NOVAS REGIÕES BUSCAM ESPAÇO
Outras regiões do país começam a
crescer de maneira importante. Segun-
do especialistas, Porto Alegre (RS), Reci-
fe (PE), Brasília (DF) e Salvador (BA) são
as principais. “As capitais do Nordeste
vêm claramente crescendo nos últimos
anos. Brasília também”, destaca André
Glogowsky, presidente do Conselho de
Administração da HOCHTIEF, empresa
que deve investir cerca de R$ 1 bilhão
em construções este ano.
Das quatro cidades citadas, apenas
Porto Alegre não apresentou aumento
na taxa de vacância no 4º trimestre de
2012 (
empreendimentos nível A), com-
parado ao trimestre anterior, o que
mostra intensa atividade do setor de
construção. Salvador teve o maior cres-
cimento, pulando de cerca de 6% para
um valor aproximado de 22%, segundo
a Cushman & Wakefield.
DIFICULDADES DO SETOR
Apesar do bommomento, o mercado
também temas suas dificuldades. “Cons-
truir é o maior desafio de todos. Cumprir
os prazos, garantir segurança e sustenta-
bilidade. Requer muito planejamento e
engenharia para conseguir resultados fa-
voráveis”, afirma André Glogowsky. O exe-
cutivo, que presidiu a HOCHTIEF por 15
anos, afirma que o mercado precisa bus-
car o conceito 100% sustentável e afirma:
nosso setor carece de transparência”.
Para Claudio Bruni, presidente da
BR Properties, as maiores dificuldades
fogem do alcance das construtoras. “Os
grandes desafios são os regulatórios,
como aprovações de projetos e aprova-
ções ambientais, porque muitas regras
não são claras e, às vezes, até conflitan-
tes”, avalia. A empresa possui ativos esti-
mados emcerca de R$ 13,5 bilhões e atua
no setor de aquisição, locação, adminis-
tração, incorporação e venda de imóveis
comerciais.
TERRENOS TAMBÉM PREOCUPAM
Outro obstáculo a ser vencido é en-
contrar o lugar certo para o produto
imobiliário. “O terreno é sempre um
desafio”, afirma Glogowsky. Em casos
como o do Rio de Janeiro, onde há falta
de bons espaços, o mercado encontrou
uma solução: o retrofit. “É sempre um
fenômeno de regiões onde não há es-
paço para crescimento, como Londres,
Nova Iorque e o próprio Rio”, destaca
Bruni. Reestruturar e modernizar pré-
dios antigos que estejam em uma boa
localização tornou-se um negócio inte-
ressante, tanto para as incorporadoras
quanto para os clientes, pois valoriza
um patrimônio que pode já estar em
uma área nobre da cidade.
Outra saída são as grandes lajes cor-
porativas; pavimentos com mais de mil
metros quadrados otimizam o espaço.
Os incorporadores tentam maximizar
o que pode ser feito em um terreno.
Agora a tendência é fazer lajes grandes,
o mercado de saletas está mais lento.
As grandes empresas se movem para
essas lajes maiores”, destaca Marcelo
Sasaki, da Jones Lang LaSalle.
*
Fonte: Pesquisa da Cushman & Wakefield, realizada no 4º trimestre de 2012.
*
Fonte: Pesquisa
Imobiliária do
setor de escritórios,
realizada no 4º
Trimestre de 2012
pela Jones Lang
LaSalle, para
empreendimentos
AA e A. **A taxa de
vacância ajustada
considera as
pré-locações, ou
seja, espaços que
ainda não foram
entregues, mas
que já possuem
a sua ocupação
comprometida.
Estoque de empreendimentos classe A (entregues) no Brasil*
2009
508
mil m
2
2010
493
mil m
2
2011
500
mil m
2
2012
802
mil m
2
(1,197
milhão em construção)
Taxa de Vacância |
Taxa de Vacância Ajustada
15
12
3
6
9
0
TAXAS MÉDIAS DE VACÂNCIA
*
(%)
Rio de Janeiro
São Paulo