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Outsourcing & Workplace
BALANÇA, MAS NÃO CAI. SÓ AJEITA!
Incertezas na política e na economia marcam um novo momento do País, que
deixou para trás a pujança e a euforia no consumo. Cenário reflete no mercado
imobiliário, que passa por um momento difícil de transição, mas não de crise
MERCADO IMOBILIÁRIO |
por Paula Caire
I
nflação elevada, juros altos, PIB em
queda, balança comercial negativa.
Carnaval tardio, Copa do Mundo no Bra-
sil, eleições presidenciais com direito ao
segundo turno. Definitivamente, o ano
de 2014 não foi fácil. O resultado é um
cenário de desconfiança, que demanda
atenção e reflete nos negócios, a exem-
plo do mercado imobiliário. Como elen-
ca o Diretor de Transações da JLL, Rober-
to Patiño, “o primeiro semestre de 2014
foi de apreensão até maio, por conta da
Copa. E de julho a outubro, havia um po-
tencial risco de mudança da linha políti-
ca. Foi um ano bastante intenso. Muitas
coisas foram postergadas e começaram
a se concretizar só em outubro”.
As indecisões nos rumos da política
e da economia se refletem nas decisões
das empresas, principalmente, no caso
das que olham de outros países e não
conseguem ver um plano de governo
muito bem delineado.
Segundo o Diretor Comercial e de
Incorporação da construtora Tarjab,
Sérgio Ros, “esse cenário inseguro
ocasiona um tempo de decisão maior,
tanto do consumidor, quanto do inves-
tidor, que estão analisando muito mais,
antes de fechar qualquer negócio. “Ain-
da não houve queda sensível de inves-
timento. As demandas continuam che-
gando, mas o tempo de decisão está
As empresas estão
aproveitando o mercado
para conseguir condições
e lugares melhores,
muitas vezes em
grandes blocos, que é a
tendência, por conta da
redução de custos
Roberto Patiño
Roberto Patiño, Diretor de Transações da JLL, Sérgio Ros, Diretor Comercial e de Incorporação da
construtora Tarjab e Paula Casarini, Vice-presidente de São Paulo da Colliers International Brasil
maior”, concorda a Vice-presidente de
São Paulo da Colliers International Bra-
sil, Paula Casarini.
Nas palavras do Vice-presidente da
Cushman & Wakefield, Marcelo da Costa
Santos, “quem estava com transações
em andamento, quis finalizá-las até o
final do ano e quem não tinha fechado,
tirou o pé do acelerador. Omercado está
à espera do rumo que a política e a eco-
nomia vão tomar”, afirma. Isso não quer
dizer que ele vá parar, pois há decisões
que precisam ser tomadas. Além disso,
há importantes lançamentos de empre-
sas muito estabilizadas acontecendo.
Entre as edificações corporativas, o
cenário é agravado pela grande entre-
ga de áreas novas de escritórios. “Jun-
tando a grande entrega ao momento
de incerteza, o resultado é o aumento
da taxa de vacância, que na classe A+,
no terceiro trimestre, ficou em 19,8% e
20,5%, respectivamente, em São Paulo
e Rio de Janeiro, e tende a subir no ano
que vem, porque continuará havendo
entregas. Estamos vivendo um perío-
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