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32 INFRA

Outsourcing & Workplace

BALANÇA, MAS NÃO CAI. SÓ AJEITA!

 Incertezas na política e na economia marcam um novo momento do País, que

deixou para trás a pujança e a euforia no consumo. Cenário reflete no mercado

imobiliário, que passa por um momento difícil de transição, mas não de crise

MERCADO IMOBILIÁRIO | 

por Paula Caire

I

nflação elevada, juros altos, PIB em

queda, balança comercial negativa.

Carnaval tardio, Copa do Mundo no Bra-

sil, eleições presidenciais com direito ao

segundo turno. Definitivamente, o ano

de 2014 não foi fácil. O resultado é um

cenário de desconfiança, que demanda

atenção e reflete nos negócios, a exem-

plo do mercado imobiliário. Como elen-

ca o Diretor de Transações da JLL, Rober-

to Patiño, “o primeiro semestre de 2014

foi de apreensão até maio, por conta da

Copa. E de julho a outubro, havia um po-

tencial risco de mudança da linha políti-

ca. Foi um ano bastante intenso. Muitas

coisas foram postergadas e começaram

a se concretizar só em outubro”.

As indecisões nos rumos da política

e da economia se refletem nas decisões

das empresas, principalmente, no caso

das que olham de outros países e não

conseguem ver um plano de governo

muito bem delineado.

Segundo o Diretor Comercial e de

Incorporação da construtora Tarjab,

Sérgio Ros, “esse cenário inseguro

ocasiona um tempo de decisão maior,

tanto do consumidor, quanto do inves-

tidor, que estão analisando muito mais,

antes de fechar qualquer negócio. “Ain-

da não houve queda sensível de inves-

timento. As demandas continuam che-

gando, mas o tempo de decisão está

 As empresas estão

aproveitando o mercado

para conseguir condições

e lugares melhores,

muitas vezes em

grandes blocos, que é a

tendência, por conta da

redução de custos 

Roberto Patiño

Roberto Patiño, Diretor de Transações da JLL, Sérgio Ros, Diretor Comercial e de Incorporação da

construtora Tarjab e Paula Casarini, Vice-presidente de São Paulo da Colliers International Brasil

maior”, concorda a Vice-presidente de

São Paulo da Colliers International Bra-

sil, Paula Casarini.

Nas palavras do Vice-presidente da

Cushman & Wakefield, Marcelo da Costa

Santos, “quem estava com transações

em andamento, quis finalizá-las até o

final do ano e quem não tinha fechado,

tirou o pé do acelerador. Omercado está

à espera do rumo que a política e a eco-

nomia vão tomar”, afirma. Isso não quer

dizer que ele vá parar, pois há decisões

que precisam ser tomadas. Além disso,

há importantes lançamentos de empre-

sas muito estabilizadas acontecendo.

Entre as edificações corporativas, o

cenário é agravado pela grande entre-

ga de áreas novas de escritórios. “Jun-

tando a grande entrega ao momento

de incerteza, o resultado é o aumento

da taxa de vacância, que na classe A+,

no terceiro trimestre, ficou em 19,8% e

20,5%, respectivamente, em São Paulo

e Rio de Janeiro, e tende a subir no ano

que vem, porque continuará havendo

entregas. Estamos vivendo um perío-

Fotos Divulgação