Revista Infra Junho 2017

9 INFRA Outsourcing & Workplace a globalização nas grandes empresas já é realidade. Eu particularmente tive oportu- nidade de trabalhar emvários segmentos e isso te abre muito a cabeça. Emminha opinião, é um diferencial de carreira e me ajudou a crescer até aminha posição atual. A dica é foco em planejamento de carreira, networking, idiomas e, se possí- vel, diversificar os ambientes de trabalho. Em sua trajetória, aconteceu um movimento de contramão, certo? Valeu a pena? É verdade. Após alguns anos, e já ocupan- do posições de diretoria no Brasil, tive de tomar uma decisão estratégica que foi dar um passo atrás, aceitar uma posição ge- rencial sênior na Nokia e atuar na América Latina. Foi paramimuma decisão funda- mental para ganhar experiência regional e então subir novamente e chegar a uma diretoria Latam. Percebi naquelemomen- to que seria amelhor jogada de carreira e a aposta deu certo. Oprofissional de FM tem de ser ambicioso, criar alianças, ser um político, gerar um forte networking. Afinal, é nele que sua carreira vai decolar; pelo menos a minha carreira foi desenhada pelo networking que desenvolvi ao longo desses anos no mercado. Qual é o pilar do seu modelo de gestão/liderança? Brincomuito com todos daminha equipe que desenvolvi a “Gestão É Nóis”. É com esse espírito alegre, de forte integração, respeito e admiração pelas pessoas que tive e venho tendo sucesso por onde pas- sei. Particularmente gosto de inovação, trabalhar em projetos que fogem do tradicional, em busca de transformar a vida das pessoas nas empresas. Tenho alguns exemplos que guardo como ver- dadeiros troféus de carreira e me sinto muito orgulhoso por isso. Claro que os resultados não vêm sozinhos e muito menos são feitos individualmente. É sem- pre o resultado de uma gestão eficiente, commuita alegria e descontração. Sinto que consegui deixar minha marca pelas empresas em que trabalhei. Costumo dizer que se estivesse com budget para construir uma nova operação no Brasil, traria muitos profissionais com os quais tive o prazer de trabalhar. Esse reconhe- cimento é, para mim, minha maior con- quista profissional. Como trabalha metas com sua equipe? Omundo está em transformação e a for- ma de trabalho, também. Em empresas globalizadas, as metas anuais são cla- ramente divulgadas e todos devem ter a responsabilidade de executá-las. Uma equipe integrada e focada é o ponto de partida para que os resultados sejam atingidos. Tudo depende de uma gestão adequada e dos recursos para que se pos- sa chegar nos resultados. Normalmente, as metas fazem parte de um conjunto de atividades que envolvemdiversas áreas e regiões. Assim, o sucesso está na gestão adequada dos recursos e em uma comu- nicação aberta e participativa. Em sua atual posição, quais são as principais responsabilidades? Como é formada e quantos compõem a equipe? Possuo o portfólio completo de umprofis- sional de FMe Real Estate. A equipe é bem reduzida, sendoumgerentepara cada sub- -região (Brasil, América Central e México/ Caribe). Alémdisso, existeumPMO (Project Management Office) regional dedicado e umGerente Regional de Real Estate. Para cada país temos uma equipe enxuta e de- dicada que atende fábricas e escritórios. O nosso portfólio é muito grande, o que torna o dia a dia muito desafiador. É um erro considerar que a geografia é o que mais afeta as operações da Unilever, levando em conta que as fábricas e escritórios estão espalhados pelas diversas regiões? Se considerarmos as operações de Facility Management eReal Estate, oquemais nos afeta é estarmos inseridos emuma região, onde na maioria dos países em que atua- mos, aqual nãopodemos contar compar- ceirosúnicosquenos trariamumamaior efi- ciênciaoperacional. Amaioriadas grandes multinacionais degestãode FMnãopossui presença legal e isso afeta os projetos de integração de nossas operações. Quais seriam os pontos/desafios que mais interferem nessa gestão em se tratando da logística de atuação? Uma gestão regional é sempremais com- plexa, pois envolvem grandes distâncias, fusos e diversidade cultural. Outro ponto crucial é a comunicação pelos três idio- mas: ainda é complicado encontrar no mercado profissionais de FM que sejam bilíngues dentro da América Latina. O profissional de FM tem de ser ambicioso, criar alianças, ser um político, gerar um forte networking. Afinal, é nele que sua carreira vai decolar

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