Revista Infra Outubro 2017

46 INFRA Outsourcing & Workplace O PAPEL DE UM GESTOR SUSTENTÁVEL NO FACILITIES MANAGEMENT (FM) facility e que deve ser acompanhada e aplicada em empreendimentos corpo- rativos. Afinal, é preciso transformar as ações de eficiência energética emações diárias das organizações. Mas como se colocar a frente destas situações e gerenciar as questões energéticas de um empreendimento de forma susten- tável? Seja através de medidores ou redes inteligentes, sistemas de moni- toramento e gestão eficiente, é possível gerenciar a demanda, o que se conso- me e quanto se consome. Por isso, é preciso trabalhar com desempenho energético operacional. Nós temos um grande número de edifícios construídos no Brasil, com edifícios comerciais cada vez mais complexos, que integram uma série de tecnologias e sistemas de automação. Mas, em muitos casos não se tem um profissional capacitado gerenciando esses sistemas, que são utilizados ape- nas para atender reclamações em vez de buscar melhor a eficiência energé- tica. Há exemplos inclusive que se des- liga o sistema de automação por sua complexidade, pois o operador acaba não sendo preparado para entendê- -lo. Isso gera um número relevante de prédios modernos, que não funcionam. Na parte de construção de um edi- fício, por exemplo, é possível escolher a localização e definir os sistemas prediais que possuem mais eficiência energética com antecedência, como sistemas de iluminação e/ou ventila- ção natural, porcentagem de abertura das fachadas etc. Mas na operação, é o gestor quem define uma série de características sobre o desempenho daquele edifício. Quando se pensa em conservação de água ou energia, é fundamental começar por estudos detalhados, que apontem onde é possível reduzir o consumo, analisar o custo/benefício de cada estratégia em curto, médio e longo prazo. A simples instalação de novas tecnologias, ou a adoção de medidas restritivas, não garante a re- dução no consumo, e, na maioria das vezes, não são as opções que trarão mais resultados, ou seja, podemos ter uma gestão insustentável. PASSO A PASSO Para ser uma adoção sustentável (edição 40+ sustentáveis 2016) é pre- ciso realizar primeiramente a coleta de dados estatísticos, benchmarking para saber o que é mais eficiente e o porquê do aumento do consumo. Será que a po- pulação do edifício aumentou? É preciso comparar seu desempenho com tipolo- gias, tecnologias e usos semelhantes. O segundo passo é realizar um diag- nóstico, um levantamento detalhado feito por engenheiros e auditores que analisam o potencial energético. Ter- ceiro, realizar simulações de consumo. Quarto, correções climáticas, afinal não adianta ser muito eficiente se a tempe- ratura interna do edifício está na faixa de 30 graus. A quinta etapa é a comuni- cação, sendo o poder da transparência muito forte, é fundamental comunicar os benefícios desses potenciais de eco- GESTÃO SUSTENTÁVEL | por Léa Lobo U ltimamente, profissionais que atuam como gerentes de facilida- des têm percorrido caminhos e pro- posto ações para alcançar resultados positivos, que proporcionaram a eles o título de Gestor Sustentável em FM. Para conhecer os processos utilizados e o que foi preciso para superar os de- safios da sustentabilidade, vale analisar a rotina de um FM e entender como ele se posiciona no mercado. Na gestão do ambiente construído, inicialmente, é fundamental que o FM conheça a infraestrutura e seus siste- mas visando seu bom funcionamento. O básico é atender à legislação, pois todo edifício deve estar de acordo com as questões de segurança, obter os au- tos de vistoria do Corpo de Bombeiros e as documentações junto às normas das prefeituras, e assim por diante. Esse é o mínimo obrigatório para que o gestor comece a falar sobre sustentabilidade. Na sequência, o profissional deve compreender que para ser sustentável é preciso atender a três pilares principais: o ambiental, o social e o econômico, que precisam coexistir e interagir har- moniosamente. E para que isso acon- teça é necessário obter conhecimento sobre o assunto, realizar treinamentos e atualizar-se sobre a adoção de novas normas e o uso de novas tecnologias. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: APENAS UM EXEMPLO Um exemplo que podemos mencio- nar é a questão de eficiência energética que faz parte da rotina do gestor de

RkJQdWJsaXNoZXIy Mjk5NzE=