Revista Infra Outubro 2017

47 INFRA Outsourcing & Workplace nomia de forma adequada, por meio de sistemas de etiquetagem e/ou cer- tificação das edificações. Vale ressaltar que as certificações auxiliam o gestor a cumprir as deman- das do edifício de modo sustentável. Para conquistar uma certificação, com selos como os do LEED (USGBC), AQUA-HQE (Fundação Vanzolini) ou PBE Edifica (Procel) é preciso atender a requisitos que visam evitar e eliminar os desperdícios, otimizar a eficiência dos sistemas, aproveitar os recursos na- turais disponíveis e recuperar insumos e fontes, fatores que juntos, reduzem os impactos ambientais. Aliás, para ser um FM sustentável, tendo uma gestão estruturada, uma das alternativas deste gestor é estudar e colocar em prática as normas das certificações, mesmo que a certifica- ção ainda não seja seu alvo, mas lá é possível encontrar rotinas, processos e know-how que o farão ampliar sua expertise como gestor. FM: UM OLHAR SUSTENTÁVEL Ter consciência social e ambiental- mente responsável tem se tornado uma vantagem altamente competitiva para as empresas não apenas pela visibilida- de, credibilidade e reputação, mas uma vez que elas enfrentam grandes pro- blemas como o aumento do custo de água e energia, e percebem que investir em alternativas sustentáveis, além da vantagem para o meio ambiente e para a sociedade, traz vantagem econômica. Gerentes de Facilidades têm um mundo de oportunidades devido a quantidade de atividades que integram uma área de FM. Muitos profissionais questionam: “Qual é o formato ideal para uma estrutura de Facility Manage- ment?” Digo que não há uma resposta padrão, pois, é necessário entender qual a estratégia de negócios de cada organização, a partir da sua missão, visão e valores. Para cada tipo de negó- cio, temos estruturas físicas e de gestão diferentes, sendo que emmuitas não há nem a integração das atividades espe- cializadas e/ou terceirizadas de FM, em uma única diretoria. Alémdisso, há, ain- da, um grande desafio, pois, a maioria das empresas não possui um sistema/ software que integre as atividades para seu planejamento e sua gestão. Normalmente, o FM, terceirizado ou não, é o ponto de contato com diversas atividades relacionadas com Susten- tabilidade, Operação & Manutenção, Finanças e Negócios, Recursos Huma- nos, Real Estate, Property Management, Liderança e Estratégia, Comunicação, Qualidade, Project Management, Tec- nologia, Emergências e Riscos, além de Workplace e soluções diversas para o dia a dia das corporações. Quando pensamos emumescritório corporativo, por exemplo, temos deman- das como viagens, frotas, alimentação, controle de documentos, gestão de im- pressoras, correspondências, táxi, lim- peza, manutenção, segurança, layouts, workplace, mobiliários etc. Quando pen- samos em uma instalação industrial/ predial, temos que considerar demandas de utilidades como energia, tratamento de águas e efluentes, poços artesianos, projetos de reúso, caldeiras, elevadores, climatização, automação etc. Enfim, Facility Management existe também para ajudar, de forma susten- tável, as pessoas a executarem com produtividade suas atividades dentro de qualquer tipo de organização, con- siderando que há sinergia entre todas as áreas das empresas para atender às demandas dos negócios. Para manter um equipamento pre- dial eficiente, garantindo o conforto dos usuários dentro de um contexto sistêmico, é responsabilidade do gestor de facilities sustentável controlar dia- riamente sua operação e, mais do que isso propiciar bem-estar aos usuários do ambiente de trabalho. Vale lembrar que na contextuali- zação de Barret (2003) considera-se que um sistema de gerenciamento de facilidades deve ser orientado para a satisfação dos usuários, pontuando que os sistemas são vulneráveis pela maneira como a informação evolui no ciclo do feedback, positivo ou negativo e, portanto, deve ser constantemente ajustado. A partir da interação entre a operação e a estratégia organizacional, um FM tem de estar constantemente atento às mudanças de paradigmas relacionadas ao edifício, ao trabalho, aos negócios, avanço tecnológico, am- biental, legislação, entre outros. Enfim, para Robersoon (2003), para ser um vencedor em um período de rápidas mudanças é preciso ser proa- tivo, sendo necessário entender onde estamos, para onde vamos, aonde gos- taríamos de ir e como as coisas que nos dizem respeito estãomudando a nossa volta. E claro, a questão da sustentabili- dade é apenas uma das muitas que es- tão emtransformação. Uma organização é um sistema que integra um conjunto de coisas – vivas e inanimadas – e suas variáveis, enquanto o gerenciamento de facilidades é um subsistema da organi- zação, onde o FM temo papel de calibrar asmudanças para atender às necessida- des dos usuários da organização, através de uma postura sempre proativa.

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