Revista Infra Março/Abril 2018

71 INFRA Outsourcing & Workplace 86,2% do total, sobre a segurança no uso do canal e seus resultados práticos. Além dos próprios funcionários, for- necedores e clientes vêm também fazen- do maior uso dos canais de denúncia corporativos. Segundo a pesquisa, as ma- nifestações provenientes destes grupos representaram11,3%dos registros. “Uma ação mais efetiva das empresas na divul- gação e disponibilização dos seus canais de denúncias para seus públicos exter- nos, combinada com a maior exigência domercado sobre ética e integridade em suas relações comerciais e de consumo impulsionam os relatos de fornecedores e clientes”, explica Cassiano Machado, Sócio-diretor da ICTS Outsourcing. Quando se analisa o perfil dos tipos de denúncias mais realizadas nas em- presas nestes últimos cinco anos, têm- -se que 42,7% referem-se a problemas de relacionamento interpessoal. Dessa fatia, os casos mais recorrentes foram de práticas abusivas, como assédio moral e sexual, agressão física, discriminação e preconceito, que representam 26% do total de denúncias. Relatos sobre ilíci- tos e má intenção somaram 33,8% e o descumprimento de políticas, normas e procedimentos internos representaram 23,5% das denúncias feitas. Verifica-se ainda que a maior parte dos registros de denúncias foi realizada por homens, que efetivaram 60,1% dos relatos contra 39,9% feitos por mulheres. Segundo Machado, até meados de 2016 havia uma leve predominância do públi- co feminino, em torno de 53%, na mani- festação de práticas abusivas (assédios, agressões, discriminação). Porém, o ce- nário se inverteu em 2017 com o público masculino registrando agora 54%desses tipos de situação. “Isso pode indicar uma maior sensibilização e preocupação do público masculino em relação a esses temas e seus impactos negativos no am- biente de trabalho e na reputação das organizações”, completa Machado. O líder continua a ser o agente mais denunciado nas empresas, com 55,9% dos registros em 2017. Esse cenário cor- robora a importância do anonimato no processo de registro das denúncias e, não por acaso, as denúncias anônimas são a opção preferida pelos denunciantes, perfazendo 69,7% dos relatos. Comrelação a forma de contato como canal de denúncias, nota-se uma evolução nousodo contato telefônico versus o regis- tro eletrônico. No grupo de empresas com operação hámais de cinco anos houve um incremento de 15,3% no uso do contato telefônico entre 2014 e 2017, ou seja, de 43,2% para 49,8% do total de registros. O efeito desse movimento é sentido na efetividade da apuração das denún- cias e, consequentemente, no benefício produzido pelo canal de denúncias. Como as denúncias realizadas via contato tele- fônico permitemuma coletamais rica de informações dos denunciantes, seu índice de confirmação é 19%maior quando com- parado aos casos registrados via internet. O Executivo conclui prevendo que “o interesse das instituições por canais de denúncias deve continuar crescendo nos próximos anos, não apenas pelas exigências progressivas da sociedade e do contexto legal sobre os programas de integridade nas organizações, mas princi- palmente pelo entendimento dos resulta- dos práticos e positivos alcançados pela implementação efetiva do canal”. (1)O volume de relatos para 2017 foi projetado de forma linear com base na quantidade de registros realizados entre 1 de janeiro e 31 de agosto.

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