Revista Infra Setembro/Outubro 2018

31 INFRA Outsourcing & Workplace tomer vira employee. Ou seja, não é mais suficiente tratar o workplace como um amontoado de caixas-pretas funcionais. Nomomentoemque vemos isso, é fácil cair na seduçãode pensar novamente logo na tecnologia a ser aplicada, para obter os famigerados dados que irão gerar esses aprendizados. E o ambiente corporativo interno, sendomuitomais controlável do que o externo, cria a cilada perfeita. É fácil tambémver nessemomento ações como automação de temperatura para capturar dados, acionamento de portas comRFID, tablets quemais parecemcontroles remo- tos cheios de funções nas portas de salas de reunião, sensoriamento de iluminação, dentre vários outros dispositivos tecno- lógicos serem espalhados pela empresa. Muitas vezes se aplicam investimentos em tecnologia, se criam novos processos para que as pessoas usem, mas colocam a ambição pelo controle (dados) à frente do que realmente é relevante às pessoas. O resultado é que não são poucos os ca- sos em que ambientes corporativos são totalmente reformulados, mas os vícios corporativos e osmesmos (ou novos) pro- cessos falhos continuama existir, quando não também passa a existir o “mercado negro” de alguns comportamentos por parte dos colaboradores, mantendo o Fa- cilities sendo consumido por uma grande energia, ficando no operacional ou apa- gando incêndios. Pode parecer mais domesmo no final das contas, já que o Facilities conduz as mesmas abordagens funcionais primeiro, e não as comportamentais. Novamente, não se desenha o storytelling do começo e o fimde cada indivíduo nos ambientes, e somente a partir disso o estabelecer o processo adequado de funcionamento. Na sequência disto, é que viriam as defi- nições sobre a estratégia de tecnologia que realmente resolvemo problema, e o desenvolvimento de uma contínua aná- lise inteligente de dados (que não sejam fake) para suportar sua evolução. Mas na prática, primeiro se pensa em qual dado ou função você quer controlar, que tecno- logia pode ser utilizada para obter aquilo, se desenha o processo que as pessoas devem seguir e se espera que as pessoas sigam o processo. Ou seja, o inverso!! Imagine agora o seguinte cenário abaixo. José é um employee que divide sua rotina semanal entre alguns dias no es- critório, e outros dias em home office. Por consequência, ele não temmesa fixa e, além disso, a sua necessidade de ir ao escritório varia conforme a evolução dos trabalhos no time do seu projeto. Quando a empresa não tinha como se adaptar a esta necessidade da dinâmica de José, e apenas fixava os dias em que ele fa- ria home-office, isso criava um prejuízo a José e ao seu time, pois a dinâmica do projeto não era eficiente. A empresa apenas implementou a necessidade de redução do custo com espaços de tra- balho, mas prejudicava a eficiência da sua operação de negócio. No entanto, a empresa de José passou a utilizar o Desk- 4Me . Com isto, no dia que José precisava ir ao escritório, ele conseguia acessar online o mapa de mesas disponíveis, re- servar uma mesa mais próxima de onde iria precisar naquele dia e, chegando lá, o escritório iria reconhecer que ele chegou acompanhando seu uso. Além disso, os gestores de facilities conseguiam ter um acompanhamento real da demanda de uso de mesas, e sua dinâmica, podendo realizar adequações ou mesmo se ante- cipar a elas. O gestor tinha métricas reais de uso de mesas agora. Ao longo do dia, José precisava ter reuniões com o time. A empresa possuía cerca de 30 salas distribuídas em 4 anda- res. Encontrar uma sala disponível rapida- mente não era problema pois a empresa havia adotado o FreeRoom . O FreeRoom é uma solução que controla o ambiente da sala, independente da ação de qual- quer usuário. Assim, quando as pessoas não compareciamà reunião ou amesma terminava mais cedo, o FreeRoom libe- rava as agendas para o tempo adequado. José também estava na expectativa da implantação do ControLight nas salas, pois caso alguémpegasse a reserva dele, a sala iria se desligar, evitando assimque uma situação indesejada ocorresse. Atra- vés do FreeRoom , o gestor de Facilities elimina uma parte significativa dos pro- blemas de cultura de mal uso, e passa a focar emcomo aproveitar melhor o layout do escritório, garantindo aproveitamento máximo pelos usuários. José conseguia utilizar o escritório, e focadomais do que nunca nas atividades que precisava desenvolver. Ele não pre- cisava ficar decorando processos fora do que realmente precisava para produzir, ou se submetendo a eles. José também percebia que o escritório funcionava a fa- vor dele, e não precisava gerar chamados desnecessários ao Facilities. Para realizar caminhos como esse, uma das opções que vem obtendo resul- tados excepcionais, é a utilização de “de- sign thinking+métodos ágeis+conceitos lean”, sendo este últimomais para gestão. A CI&T é uma empresa que tem sido re- ferência em aplicação dessas metodo- logias aos processos de transformação digital. Mas é fato também que é urgente tratar o assunto, até porque a curva de aprendizado sobre ele é não trivial, e o mercado não perdoa. fpimentel@ciandt.com mjunqueira@ciandt.com

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