Revista Infra Janeiro/Fevereiro 2019

7 INFRA Outsourcing & Workplace todos muito regrados e estruturados. Foi uma surpresa, por exemplo, o modelo de contratação de um arquiteto ou uma empresa de engenharia para uma cons- trução. Tudo é normatizado e predefi- nido (inclusive o custo) pelo governo e pelas associações de classe e entidades do setor. Outro ponto que me chamou atenção: a forte tendência para inter- nalizar os serviços, sem falar na maior disponibilidade de recursos financeiros, seja para construção, reforma e/ou ma- nutenção. São realidades de mercado bem diferentes. Como está estruturada a área de FM por aqui? Douglas – Nosso departamento é for- mado por aproximadamente 50 pessoas, entre funcionários próprios e terceiros. Entre as principais responsabilidades podemos citar: a gestão imobiliária e de propriedades, a continuidade dos negócios, a gestão ambiental e a sus- tentabilidade, operações e manutenção, tratamento de água e esgoto, limpeza, brigada de incêndio, retrofit de edifica- ções e construção, inclusive no que diz respeito ao suporte em projetos aos de- mais sites da Bosch como Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) etc. e países da América Latina. As unidades são próprias ou alugadas? Paulo Scaranello – É um misto. As in- dustriais, como esta planta de Campinas com 160 mil m 2 de área construída, são próprias. Ela representa 40% do que a Bosch possui hoje de Real Estate na Amé- rica Latina e está prestes a completar 60 anos. Já os escritórios e os armazéns são alugados. O que você pode nos contar sobre a Chefia de Projetos de Facility Management? Paulo – Temos oito colaboradores di- retos e 170 pessoas indiretas (fornece- dores), com a responsabilidade de FM como front office (serviços internos e compartilhados); gerenciamento de projetos (PMO e comitê de revisão de projetos); gerenciamento de layout (pla- nejamento estratégico e execução); res- ponsabilidade pela zeladoria; além da responsabilidade de apoiar e atender a demanda de Facility Management na América Latina. Na prática, significa que oferecemos o suporte necessário para a remodelação do Real Estate da empre- sa nesta região. Em Buenos Aires, por exemplo, estávamos espalhados em três escritórios totalmente diferentes e unifi- camos a operação em um prédio maior alugado. Fazemos toda a interface com a área na Alemanha, ficando responsáveis por coordenar o projeto desde a escolha do imóvel até a entrega das chaves. Como a revolução tecnológica tem transformado o ambiente fabril? Douglas – Lembro-me de quando entrei como estagiário, o meu escritório ficava na cabeceira de um prédio da fábrica. A minha mesa tremia por conta de uma prensa. Hoje se você circular por aqui, não vê mais essas coisas; dois ou três tornes, quando muito, e sim linhas de montagem automatizadas de eletrônica. E isso requer um outro tipo de prédio, de sistema, de recursos. Por isso, temos tra- balhado na reforma e atualização dessas instalações. O nosso público hoje é mais administrativo do que fabril, apesar do tamanho do parque industrial. Paulo – Temos convertido muitas áreas. Quatro anos atrás era, tranquilamente, na ordem de 70% fabril, 30% escritórios. No último ano, essa lógica se inverteu. A gente conversa muito mais de escri- tório. E aí entra outro talento: preparar o nosso time para a mudança, investir fortemente no treinamento e qualifica- ção para conseguir atender essas no- vas demandas, e o Design Thinking tem ajudado muito nesse processo. Além do mais, nós, como área de Facilities, temos que pensar também um outro lado: a manutenção, a padronização e o custo. Não é só o que eu quero, mas o que é possível, o que é necessário, como podemos otimizar os materiais Alexandre Battibugli Douglas Pacífico e Paulo Scaranello

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