Revista Infra Março/Abril 2019

10 INFRA Outsourcing & Workplace Foi aí que entrou no real estate? Sim, eu entrei na área conduzindo o custo da operação do imóvel e também sua gestão. Nós tínhamos quatro hotéis, com- pramosmais dois, mudamos os contratos de ummodelo tradicional de gestão para ummodelo de franquia. Naquele tempo, a terceirização não era uma coisa comum na hotelaria de luxo. Assim, além de tra- balhar queria compartilhar mais a vida com minhas filhas aqui no Brasil e ter uma operação assim tambémno País. Fa- lei com algumas pessoas aqui pra tentar montar esse tipo de operação, mas não deu certo. A minha segunda esposa, de quem eu já estava separado, gerenciava a agência que eu tinha iniciado aqui no Brasil. Ela teve um problema de saúde e eu resolvi voltar ao País para estar com a minha família e cuidar dela, que foi minha parceira de vida durante 20 anos. Fiquei dois meses morando no hospital... Família grande com três casamentos? Sou casado com a Cecilia a mulher da minha vida, ela e minhas ex-mulheres são amigas entre elas e amigas minhas, a gente senta para almoçar, jantar... É uma família mesmo, filha de um, filha de outro, ex-marido, marido, todomundo. É uma coisa que me dá muito prazer, por- que as minhas quatro filhas (uma natural e três outras postiças) têmmuito orgulho que os pais não falammal uns dos outros. Minhas filhas têm outros pais e eu não vejo isso como concorrência. Pelo con- trário, vejo isso como complemento, o convívio de todos como umúnico núcleo familiar, é muito saudável. De volta ao Brasil, qual foi o próximo projeto? Fiquei como conselheiro da empresa na Suíça e aqui no Brasil cheguei ao World Trade Center em São Paulo... Um amigo soube que eu estava de volta ao Brasil, ele disse que precisava de alguém para ajudar a reposicionar o complexo WTC, e aí, isso foi em 2006. Inicialmente, vim fazer uma consultoria, que acabou se transformando em uma sociedade de uma empresa de gestão para gerir o hotel e o centro de convenções. Como foi a sociedade para reposicionar o Complexo? Acho que nós dois nos complementa- mos bem. O Gilberto, um Engenheiro Civil extremamente criativo e visioná- rio, que tem dez ideias diferentes por segundo, que em um momento que isso não era concebível, em uma área remota, ergueu o WTC-SP. Acredito que eu tenho um complemento que é a mão na massa para gerir pessoas e fazer as coisas acontecerem, talvez seja a minha parte na sociedade. Então, de lá pra cá nós temos trabalhado juntos em várias atividades. Mas antes de sermos sócios, somos grandes amigos. Então é um amigo e um sócio? Sim, acho que o que nos une mais, antes de tudo, é nossa amizade. É muito fácil mesmo quando você discorda, estar ali com um amigo: a conversa flui. Quando você tem uma relação apenas de traba- lho, as coisas são um pouquinho mais complicadas, nem sempre é fácil... Nós temos prazer em estar juntos, trocamos muita figurinha, muitas vezes discorda- mos, ninguém sabe, só nós sabemos... E não existe a cobrança, do tipo: “eu falei, eu não falei”, porque às vezes um acerta, às vezes o outro... Foi o que nós desen- volvemos... Muito disso já existia aqui, talvez não no formato atual, mas desen- volvemos um DNA de realizar sinergia. E sinergia muita gente fala, mas é muito difícil de colocar em pé. Então, como é a sinergia na gestão do WTC-SP? Quando aqui cheguei, tinha uma em- presa que gerenciava o hotel, que tinha uma gestão independente do shopping. Outra empresa gerenciava a torre e outra empresa gerenciava o estacionamento. Embora esse tipo de gestão tenha sido concebida para trabalhar todas juntas, isso não era uma realidade, e essa foi a sacada do Gilberto. Acho que nós dois juntos conseguimos entregar isso. E hoje está muito melhor do que há 5 anos, do que há 10 anos. Agora, estamos procu- rando coisas melhores para fazer, e ainda não encontramos, pelomenos até agora. E como é o modelo da operação? Hoje, a operação pertence aos proprietá- rios, ou seja, temos, por exemplo, o Hotel Sheraton, uma franquia coma nossa ges- Eu sempre gostei de trabalhar e, como eu era jovem, achava que tinha que correr mais do que os mais velhos, então eu ficava no escritório até o pessoal da limpeza me mandar embora MATÉRIA DE CAPA

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