Revista Infra Março/Abril 2019

9 INFRA Outsourcing & Workplace Paris (ITC-Paris). “O meu escritório é o lugar à frente da pessoa comquem estou falando no momento”, enfatiza ele. Como a história já contou, o visioná- rio e empreendedor engenheiro Gilberto Bomeny iniciou a construção WTC-SP, na região da Av. Berrini, em 1993, quando já percebia as oportunidades em que se transformou o chamado “Brooklin Novo”, próximo à Marginal do Rio Pinheiros, em SãoPaulo. Fundado em1995 – umprojeto dos arquitetos Aflalo/Gasperini Arquitetos – o empreendimento é consideradoumdos maiores complexos de negócios da Améri- caLatinae temcomoobjetivoampliar a co- municaçãoeas possibilidades econômicas mundiais e reúne unidades que trabalham emsinergia, emumaestruturagrandiosa. É compostopelaWTCTower, moderna torre de escritórios de 25 andares; o requinte e a sofisticação do Sheraton SãoPauloWTC Hotel; o WTC São Paulo Events Center; o WTCSãoPauloBusinessClub; alémdoD&D Shopping, omaior centrode decoraçãoda América Latina, que é frequentado pelos maiores arquitetos do País. Acompanhe a seguir como foi o nosso bate-papo com João de Nagy: Conte-nos um pouco da sua história e como chegou na hotelaria, que parece ser sua paixão? Na verdade, eu gosto de trabalhar, acho que a paixão é o meu trabalho. Hotelaria é uma área na qual, de uma certa forma, eu cheguei... Na verdade, iniciei minha carreira querendo ser piloto de avião por- que queria conhecer o Brasil voando, mas me dei conta que não queria ser um piloto de carreira, aí fui fazer marketing. Há 46 anos, eu morava na África do Sul, época que trabalhei na área comercial da Varig, inicialmente em Joanesburgo e depois em Cape Town Kempton, onde também fui supervisor de aeroporto. Na realidade, acho que a minha formação é “gostar de trabalhar”, e a atividade de hotelaria, acabou sendo um “acidente”. Meu pai era da Varig, então talvez isso tenha me puxado pra lá. Da África eu vim para o Brasil, contratado em 1979 pela maior rede de hotéis brasileira na épo- ca, a rede de Hotéis Othon, que me viu trabalhando na Varig e acharam que eu podia ser umbomhomemde vendas em hotelaria. Na ocasião eu tinha 21 anos, então tive uma oportunidade de muito cedo ocupar cargos importantes e isso foi em função dos idiomas que eu fala- va, embora ache que até hoje não falo nenhum dos idiomas estrangeiros bem. No entanto, consigo me comunicar em português, francês, alemão, italiano, es- panhol e inglês. Ser um poliglota, certamente lhe ajudou muito? Como disse, isso me deu uma vantagem grande no início, e também àquela al- tura, eu me impressionava muito com o Brasil. Eu sempre gostei de trabalhar e, como eu era jovem, achava que tinha que correr mais do que os mais velhos, então eu ficava no escritório até o pes- soal da limpeza me mandar embora. Eu via que aqui no Brasil tinha muita gente simples que trabalhava o dia todo e fa- zia faculdade a noite, um pessoal muito esforçado. Isso me impressionou muito, a garra das pessoas por educação, e eu com a minha educação de piloto, fiz o resto do curso por correspondência. Não tratei a educação com toda essa forma- lidade, embora a pilotagem com todo o seu check-list fez com que eu adquirisse disciplina profissional. Depois da rede de Hotéis Othon, por onde passou? Do Othon eu fui chamado para ser sócio de umgrupo de italianos que estavamon- tando uma agência de viagens. Aceitei porque eu queria ousar e chegamos a ser amaior no Brasil, mas aí eu comecei ame dar conta que eu trabalhavamuito, porque como agência eu era um intermediário, então o tamanho da minha empresa era o número de almoços que eu conseguia ter por dia, porque se eu não desse aten- ção à pessoa num almoço ou jantar, ela achava que eu era arrogante e ia procurar com outro parceiro que lhe desse mais atenção. Como era muito desgastante, comecei a pensar em mudar, e naquela altura fiz uma sociedade coma Varig como agente de viagens e logística. Infelizmente, a companhia estava quebrando... E depois disso... Fui casado por três vezes, e hoje sou casa- do comamulher daminha vida... Comum cunhadodomeu segundo casamento, que era umhomemque investiamuitonomer- cado imobiliário e tinha hotéis na Alema- nha que estavam indomuitomal, fiz uma sociedade para pensar emuma forma de ajudar. Nestemomento, entrei nomercado imobiliário para reposicionar esses hotéis. Foi aí que montei uma empresa na Suíça e fui administrar os hotéis como represen- tante do proprietário, não na gestão, que é uma coisa que eu já tinha feito antes, mas pressionando o gestor para melhorar os resultados. Era a rede Kempinski Hotels, hotéis de alto luxo, muitas vezes castelos... Depois, acabamos comprando outros ho- téis, alguns bemantigos, de 1908, como o Hotel Atlantic Kempinski, um tradicional hotel de Hamburgo.

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