Revista Infra Março/Abril 2019

12 INFRA Outsourcing & Workplace tão. Não é uma rede hoteleira que está gerenciando, então, o Superintendente do shopping se reporta aos proprietários. Hoje, por exemplo, quando o Diretor do hotel viaja, o Superintendente do shop- ping assume a posição dele e vice-versa. Isso não é comumde se ver por aí: umho- teleiro administrando umshopping center e participando ativamente da operação. É uma governança onde suas lideranças trabalham juntas? Nós somos muito unidos. Há uma re- lação de amizade entre essas pessoas, que também não é fácil você encontrar profissionais que conseguem deixar o ego fechado no armário para ir trabalhar. Nossos líderes são grifes de profissio- nais que entendem do negócio. O nosso trabalho aqui não é necessariamente autopromoção, mas é ganhar dinheiro através da maior eficiência da gestão. E nós tentamos estar muito próximos da clientela, seja inquilinos da torre, seja do shopping, sejam clientes do centro de convenções. Então, por exemplo, nós estamos aqui usando essa sala, se vier aqui um cliente agora, eu vou lhe pedir desculpa e nós vamos encontrar um outro lugar para continuar nossa entrevista... É assim que enxergamos e atendemos o cliente. Conta-me um pouco do projeto ITC-Paris. Nós estamos atualmente construindo em Paris um centro de eventos com 120 salas (70 mil m 2 só em salas de even- tos), sete hotéis, uma torre de escritó- rios, uma praça de alimentação. São 320 mil m2 de área construída. Gilberto e eu concebemos esse projeto. Nós temos a operação e o contrato para acompa- nhar a obra. O projeto foi todo concebi- do pela nossa empresa e nós também captamos os investidores. O ITC-Paris é o maior projeto imobiliário de empresa internacional nesse momento na França, vai realizar dois mil empregos diretos lá. Estamos começando a turbinar a cons- trução agora, no terreno que já tínhamos comprado, o projeto está todo aprovado e pronto para começar as construções. O Aflalo/Gasperini Arquitetos fez o projeto inicial pra gente, e depois contratamos um escritório na França para que eles transformassem na realidade francesa. Foram 12 anos para alavancar o projeto – da concepção da ideia até a captação dos investidores. Então, foi bastante burocrático aprovar este projeto? Aprovar um projeto dessa envergadu- ra na França é muito burocrático. Diria, talvez, que isso é até uma coisa interes- sante para os seus leitores. Nós nunca encontramos ninguém do governo em 12 anos sozinhos, sempre tinham duas, três pessoas juntas. Nunca recebemos uma ameaça que não aprovaria o pro- jeto. Não foi necessário pagar nenhum “almoço” ou “jantar”, nada. Para você aprovar um projeto dessa envergadura, comdois mil quartos, os outros hotéis da região tiveram que dar o aceite. E qual era o raciocínio? A prefeitura não quer receber omesmo valor dividido por mais pessoas, que vai ser prejuízo, ela quer receber mais valor, então ela quer ter cer- teza que um projeto desse impacto não vai afetar as receitas dos outros, porque senão começa a ter demissões lá e etc., e ela segue com os mesmos impostos mas com menos mão-de-obra, então nós tínhamos de montar um plano de trabalho que os outros vissem como van- tagem para eles, e foi unanime, nós não tivemos um voto contra o nosso projeto. Esse “trabalhar coletivo” já é uma realidade no Conexão Berrini, certo? Sim, nós fomos parte do grupo que fun- dou essa Associação, um projeto impor- tante para melhorar a infraestrutura do bairro. O grupo trabalha com as autori- MATÉRIA DE CAPA Projeto ITC-Paris

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