Revista Infra Maio/Junho 2019

147 INFRA Outsourcing & Workplace da introspecção, uma característica presente em boa parte dos profissio- nais da área. Vejo muitos profissionais com dificuldade de explicar as suas res- ponsabilidades, quanto mais divulgar seus resultados para toda a empresa – stakeholders, prestadores de serviço, funcionários e usuários. “Não importa se a comunicação será horizontal (com seus pares e clientes) ou vertical (funcionário(s), superior(es) hierárquico(s) e alto escalação da em- presa), ou ainda se com a comunidade externa e/ou com entidades públicas, o importante é que você seja capaz de transmiti-la de forma clara e objetiva, não deixando dúvidas com relação ao seu conteúdo e objetivo. Outro fator importante, dentro do contexto da comunicação e que vai além de clareza e objetividade na mensagem, é como você “vende” seus projetos para a empresa como um todo e, naturalmente, para o(s) seu(s) superior(es) hierárquico(s). A forma como você aborda o tema e o apresenta fará toda a diferença na ob- tenção do aval (aprovação) e – mais importante – do envolvimento de todos os stakeholders no projeto, atuando não como distantes aprovadores, mas como fiadores (sponsors) do projeto. Ao longo de toda a minha carreira, venho observando a dificuldade que a maioria dos profissionais de FM tem em lidar com esta disciplina – marketing & comunicação. Alguns, porque não conhecem e não a dominam e por esse motivo, não a aplicam. Não o marke- ting pessoal, mas o da divulgação da área como um todo. Outros porque, definitivamente, têm dificuldade em comunicar-se, deixando de atuar como divulgadores das iniciativas da área. Os profissionais de FM e PM, na maioria das vezes, colocam-se na condição de “tamanduá”, com a cabeça enterrada sem querer se mostrar. Com essa pos- tura low profile a empresa não sabe da contribuição que diariamente a área propicia para ela como um todo, especialmente trazendo solução de continuidade em todos os processos. Comunicação é uma habilidade im- portantíssima para o nosso sucesso. Há de se ressaltar que não é somente a comunicação falada, mas também e, inclusive, a escrita. Quantas mensagens são enviadas que mais parecem um código a ser decifrado de tão técnicas e mesmo incompreensíveis que são. Cuidado! Leiam, revisem, repensem e, sobretudo, usem o corretor ortográfico. Falo isso de experiência própria, pois em tantos comunicados que já enviei na minha vida profissional, ressalto dois que me deixaram no mínimo cons- trangido, que compartilho abaixo: • Constrangido 1: comunicado para um exercício da Brigada de Incêndio com finalidade de treinamento e reno- vação do Alvará de Vistoria do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (AVCB/SP) “Amanhã a partir das 14h30 – logo após o fechamento do refeitório – ire- mos realizar treinamento da Brigada de Incêndio conforme instruções já en- viadas. Ao sinal sonoro todos deverão evacuar o prédio seguindo a orientação do Brigadista do andar e se dirigirem para o ponto de encontro no centro do estacionamento. Conto com a atenção de todos.” Não preciso nemdizer a quantidade de e-mails que recebi de volta brin- cando com o verbo evacuar. Durante muito tempo tive que ouvir as tirinhas e piadinhas de plantão, nas reuniões, cafés e corredores. • Constrangido 2: havia começado a trabalhar nesta empresa e o momento era de reorganização do departamento, reestruturando as áreas e readequando as pessoas. Pedia no e-mail direciona- do ao meu primeiro escalão que não divulgassem as medidas que havíamos conversado. Vejam só como o envio de um e-mail, entre tantos, sem revisar a ortografia, pode causar: “Reforço omeu peido, da reunião de hoje, para tratarem esse assunto com a maior discrição possível, evitando maiores problemas. Grato” O que a falta de uma letra (d) pode fazer com a palavra! Deveria ser pedido e saiu o que está escrito no e-mail. E o pior, a marca fica para sempre. Outro grande lembrete na arte de se escrever é: quanto menos se escreve, mais compreensível e objetiva a men- sagem será. Lembre-se: menos é mais! Quem escreve muito (prolixo) não sabe o que quer dizer, perde-se no conteúdo. A comunicação – em todos os níveis – tem de ser a mais sincera e verdadeira possível. Que o seu sim – seja sim e o seu não – seja não. Isso traz credibili- dade diante do cliente interno, com seus pares, funcionários e superiores. Nunca assuma aquilo que não pode entregar e jamais deixe de fazer um cliente interno feliz, entregando para ele o acordado (SLA) na medida certa e no prazo esperado. Até a próxima matéria, em que abordaremos Plano de Emergência e Continuidade de Negócio.

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