Revista Infra Janeiro/Fevereiro 2020

57 INFRA Outsourcing & Workplace O FORMATO ALIADO ÀS NOVAS EXIGÊNCIAS DO MERCADO enraizado na viciada premissa de que a supervisão visual seria ferramenta essen- cial ao cumprimento demetas emelhora da performance dos seus colaboradores. Por sorte, as dinâmicas de trabalho atuais e a exigência de um perfil de co- laborador cada vez mais multifuncional, têm mostrado que essa prática é muito eficiente e até necessária para muitas empresas. Com isso, é possível encurtar distâncias e evitar deslocamentos desne- cessários, tornando possível otimizar as funções e tarefas desempenhadas. Alémdisso, no caso de startups, onde vemos crescimentos exponenciais em um curto período de tempo, passa a ser praticamente impossível o espaço físico acompanhar o crescimento do head- count. Tornando-se necessária a aplica- ção de ferramentas digitais associadas a mobilidade, onde a prática do home office passa a fazer parte da cultura e do mindset da empresa. Quando observamos o espaço físico, notamos que o modelo digital começou a influenciar inclusive nas configurações dos escritórios. Onde antes era funda- mental haver uma posição de trabalho para cada colaborador, computador e ferramen- tas fixas, hoje, cada vez mais, vemos a substitui- ção pelos notebooks e postos rotativos, com a implementação con- creta de um formato hot desking. Diariamente ou em períodos pré-defini- dos, o colaborador se acomoda em estações de trabalho diferentes, influenciado pela tarefa que executará e pela interação que necessitará. Mesmo quando os colabora- dores estão dentro da empresa (in loco), nas organizações adeptas às tecnologias virtuais, os fluxos e formações espaciais são diferentes. Empiricamente, é possível observar pessoas transitando emdiversos ambientes comseus laptops, para realizar reuniões no café, no rooftop, em sofás e nas áreas de descompressão, que são as queridinhas e famosas das empresas que valorizamo bem-estar e a produtividade dos colaboradores. A relação empresa-colaborador mudou. O escritório não é mais o local da rotina padronizada (horários fixos, controle de horas por pontos etc.). Em muitas empresas, é comum a realização de confraternizações, eventos e cursos, que possibilitam uma nova forma de in- teração profissional e atémesmo afetiva. Cria-se o prazer e orgulho de trabalhar em empresas que seguem esse padrão. Com isso, a motivação e a “postura de dono” aflora no colaborador impactado, refletindo diretamente na produtividade e no resultado econômico da empresa. Alémdos escritórios e ambientes em- presariais propriamente ditos, cada vez mais vemos alternativas de digital work- place emcoworkings, cafeterias, livrarias, shoppings e até parques e praças. Essa tendência nada mais é do que o reflexo desse modelo de trabalho onde o espa- ço físico é secundário. Afinal, tudo o que precisamos é de um ponto de tomada e um bom Wi-Fi. * Milena Buonamici é Arquiteta e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, e graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É especialista em planos de ocupação e workplace do Nubank. C omo pensar nos dias de hoje em workplace sem associá-lo ao am- biente digital? Quase não é possível. A configuração denominada digital work- place, pode ser compreendida concei- tualmente como um local de trabalho virtual, que permite aos indivíduos tra- balharem de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, sem barreiras físicas e/ ou geográficas. Partindo do princípio de que um ambiente de trabalho eficiente, deve ser aquele capaz de prover os recursos necessários para que as tarefas do coti- diano sejamexecutadas damelhor forma, qualquer empresa nos dias de hoje, que ainda não esteja praticando ou plane- jando esse modelo digital, tenderá a so- frer como consequência de seu atraso. E correr o risco de sentir os efeitos de uma concorrência conectada e afinada com a nova dinâmica social, além de ver seus processos e mecanismos tornarem-se ineficientes e obsoletos. O amadurecimento dessas novas práticas propõe a ruptura de culturas tradicionais. Nesse sentido, a implemen- tação do modelo de home office, tem se tornado cada vez mais presente na realidade das empresas. Mas é pre- ciso dizer que esse pro- cesso não foi tão rápido e orgânico. Isso porque, muitos grupos empresa- riais, por muito tempo relutaram, e, em alguns casos, ainda relutam, em admitir a mudança de um comportamento Divulgação DIGITAL WORKPLACE | por Milena Buonamici*

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