Revista Infra Janeiro/Fevereiro 2020

71 INFRA Outsourcing & Workplace projeto, indicando se o período míni- mo de tempo estimado para seu bom funcionamento foi alcançado ou não. A VU de uma edificação é marca- da pelo início de sua operação, até o momento em que ela comece a apre- sentar falhas, deixando de atender às exigências do usuário final. Também conhecida como uma me- dida temporal da durabilidade de um edifício, seja em sua forma total ou par- cial, a VU está atrelada ao cumprimento dos 5.674 requisitos para o sistema de gestão de manutenção – manutenção de edificações. A PARTIR DE QUANDO A VU DEVE SER CONSIDERADA? Os prazos de vida útil se iniciam a partir da data de conclusão do edifí- cio habitacional, considerando a data de expedição do auto de conclusão de edificação, como o “Habite-se” ou outro documento legal que ateste a conclusão das obras. A VU pode ser prolongada ou re- duzida por meio da periodicidade de manutenção, por isso, a explicação sobre as ações ou falta de ações que podem afetar o desempenho projetado ao longo da vida útil precisam estar evidentes para todos os envolvidos no processo construtivo, incluindo a equipe responsável pela assistência técnica pós-entrega. VIDA ÚTIL X DURABILIDADE A durabilidade de um edifício im- pacta diretamente no bolso do cliente, podendo até comprometer o valor do bem e prejudicar o usuário final, caso sejam constatadas situações que não garantam a boa durabilidade do imóvel adquirido. Aproveite essas instruções para rea- valiar o método que você tem adotado para definir seus sistemas construtivos, pois se você já tem emmente uma du- rabilidade potencial, as definições pre- cisam ser alinhadas com a Vida Útil de Projeto, a fimde possibilitar e aumentar a Vida Útil da edificação. A INFLUÊNCIA DO ENTORNO NA VUP E NA VU Já sabemos que as condições de uso e de exposição da edificação im- pactam sua Vida Útil. Daí a importância de serem realizados todos os estudos técnicos necessários e as análises de riscos inerentes à implantação do em- preendimento, de forma a evitar sur- presas com situações anteriormente não previstas ou circunstâncias de uso diferentes das que foram adotadas em projeto. Outro ponto importante é que, além da indicação em projeto, é preciso que você detalhe claramente na documen- tação que acompanha a entrega do edifício, conhecida como “manual de uso, operação e manutenção”, ou sim- plesmente como “manual do proprie- tário” ou “manual das áreas comuns”, a caracterização das condições de exposição requeridas pela Norma de Desempenho. As negligências dos usuários em cumprir de forma integral os programas definidos nomanual de uso, operação e manutenção da edificação, bem como as ações anormais do meio ambiente, podem limitar o tempo de vida útil, acarretando na redução do prazo teó- rico calculado (VUP). Lembre-se: quase 100% dos seus clientes não possuem o conhecimento técnico que você tem, por isso, eles precisam estar munidos de todas as informações necessárias que possam contribuir com o aumento da vida útil da edificação. Quanto mais simples e clara forem as informações, mais fácil será para eles lidarem com os desafios que envolvem a manutenção periódica de um ambiente construído. O QUE FAZER PARA OTIMIZAR A VU? Já comentei sobre a relevância das características dos materiais para a Vida Útil Projetada e de como afetam a Vida Útil da edificação, mas a exe- cução da construção, como um todo, também impacta nos resultados finais, sendo importante o minucioso acom- panhamento em todas as etapas, para que a qualidade do imóvel possa ser aferida quando há o término do em- preendimento. Segue abaixo algumas dicas que podem contribuir com a melhor dura- bilidade das suas obras: • especificar e empregar componentes e materiais compatíveis com a VUP defi- nida durante os estudos preliminares; • executar serviços e obras com téc- nicas e métodos que possibilitem a obtenção da VUP, visando à redução de todas as falhas potenciais; • definir de forma completa os pro- gramas de manutenção preventiva e corretiva, de acordo com as normas técnicas aplicáveis; • estabelecer os cuidados necessários que o usuário deve ter com a edifi- cação, objetivando o melhor uso e operação do edifício.

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