Revista Infra / Jan-Fev 2022

InfraFM | 45 dos colaboradores com a instituição. Certa vez, após uma reunião em uma grande e importante instituição que atua e divulga os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) sendo uma referência do assunto, fui ao banheiro, seguindo meu hábito, que neste dia calhou de ser o banheiro do estacionamento. Foi uma das piores visões que eu já tive. Eu havia reparado apenas na placa “feminino” na porta e só depois percebi que era o espaço destinado às profissionais de limpeza. Importante dizer que nesta instituição os profissionais da limpeza devem estar sempre impecáveis na sua aparência. Relatando o que encontrei a uma pessoa da instituição, ela me respondeu muito surpresa que desconhecia esta condição e afirmando, que todos são muito bem tratados, sendo inclusive convidados para as comemorações “de aniversariantes do mês”! No que perguntei: Vocês também comemoram o aniversário deles? Recebi como resposta um tímido e sem graça sorriso. A base do Social é o respeito que se inicia no reconhecimento do profissional enquanto ser humano. Somos todos diferentes, no corporativo, temos ainda diferentes níveis hierárquicos, funções deveres e direitos, no entanto, respeito e reconhecimento é direito de todos. A indústria da limpeza emprega cerca de 800 milhões de profissionais em todo o mundo, um setor que movimenta milhões, que é ainda gerador de consumidores, diretos e indiretos e ainda paira a dúvida: São os profissionais da limpeza que não tem valor ou a limpeza ainda não é assumida como um valor? Ainda estamos sob os efeitos da pandemia, a limpeza ou ausência desta foi tão falada e consideramos reconhecida. O termo higienização se popularizou e de um dia para outro todos se tornaram especialistas, a popularização da limpeza, no entanto, não trouxe o reconhecimento e valor real a este profissional. Tanto se falou de capacitação, mas a velha questão “e se eu investir na capacitação e ele sair” ainda reina. Em uma profissão em que o piso e o teto salarial caminham juntos, qual o grande motivador para a mudança do local de trabalho se não o ambiente laboral? E assim voltamos a S do social e incluímos o G de governança referenciando a ética. Relação de trabalho também é baseada em ética. Uma entrega de trabalho adequada também é ética. Aos que ainda receiam por investir na capacitação, devolvo a resposta também já tão conhecida “e se ele ficar?”. Tanto se investe e valoriza a capacitação do profissional

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