Revista Infra / Jan-Fev 2022

46 | InfraFM corporativo, e tanto ainda resiste a capacitação operacional. Ainda, seguindo com o profissional da limpeza, é tão comum ainda escutar “Todo mundo nasce sabendo limpar”. Esta afirmação desmerece ao profissional da limpeza, aos fabricantes de produtos, equipamentos, e a todos nós usuários da limpeza. Quantos de nós sabemos destinar corretamente todos os resíduos que geramos? Capacitação é necessária para todos. Inegável a relação entre produtividade e um ambiente adequado de trabalho, o que com certeza, inclui a limpeza, a higienização. O setor da limpeza, como os demais, segue uma evolução crescente e gritante, por exemplo, economia de água e energia, quantidade de produtos biodegradáveis etc. Portanto com renovação constante e necessário de processos. E aqui temos um exemplo do A (ambiental). Quem executa? As pessoas, os profissionais da limpeza! Assim como qualquer profissional de qualquer nível hierárquico, de qualquer setor precisa estar preparado para executar corretamente. E esta preparação não se faz em uma conversa, ou em um curso rápido e pontual. A limpeza profissional é o resultado de processos, tecnologia e pessoas. Não é passar um pano, não é recolher lixo, juntar papeis e usar um produto cheiroso. Estamos na era do MOX (produto da empresa Maxitex) produzido com a reciclagem de uniformes. É preciso conhecer e saber usar produtos e equipamentos, entender os pops, os processos, conhecer a instituição. É preciso ter a confiança e segurança para ser um profissional autônomo, ou seja, para fazer o correto independente de quem está olhando, ação, aliás, que é a base da ética, mas que por vezes precisa de apoio. Além de todo o conhecimento e autonomia gerado por uma capacitação ampla e de qualidade é preciso um ambiente com pessoas preparadas para relacionar com estes profissionais empoderados de seu conhecimento. O pessoal da limpeza representa não só a si, mas também a empresa que o contrata e os clientes, internos e externos, desta. A sua atuação técnica e comportamental, define não apenas a qualidade do ambiente usufruído, mas também repercute em sua reputação. Quem está sendo contratado para atuar na sua instituição? Se terceiriza, quais são os valores e atuação da empresa contratada? A cadeia da sustentabilidade não vai fechar, se os valores e práticas propostos não incluírem a todos. Quando algo dá errado não adianta a tentativa da instituição se proteger afirmando que o agente da ação é terceirizado. Ela contratou, ela é responsável! É importante que a sustentabilidade, que os pilares ASG sejam uma responsabilidade de todos, e não apenas da “gerência de sustentabilidade”. As metas arrojadas, reais e necessárias, devem considerar seu atingimento, garantindo contratos adequados e condições de trabalho para todos, o que inclui também o uso de produtos e equipamentos que serão utilizados. Caso contrário, as ações de sustentabilidades continuarão sendo publicidade, que em algum momento se tornará negativa e nossa “casa comum” continuará correndo risco real! É preciso agir na verdade. Por exemplo quantas empresas tem publicado ações de diversidade, mas não atuam na base do racismo estrutural, sensibilizando e educando sua equipe. Cumpre ou tenta cumprir cota, mas não está preparada estrutura e culturalmente para receber a estes profissionais e voilà : capacitismo! Quantas ações de equidade têm sido divulgadas, considerando lideranças femininas, mas ainda com salários menores? Não a meta não foi atingida. Não, não adianta convidar para os aniversariantes do mês. É preciso alinhamento real entre a fala e a ação. É preciso promover a educação não apenas para os conhecimentos técnicos, mas a que prepara a todos para a convivência e respeito, reconhecendo e valorizando cada um na sua função. Para isto é preciso enxergar, ouvir e reconhecer. Assim todos conseguiremos entregar e usufruir da qualidade sendo agentes da sustentabilidade. Que o ASG se faça com: Consciência, respeito e ética! PESSOAS

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