Página 62 - Revista Infra Abril 2013

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INFRA
Outsourcing & Workplace
APAGÃO DE ÂNIMO
Como identificar e tratar
os prejuízos escondidos do
presenteísmo. De quebra,
leia também sobre como
reter bons funcionários
Saúde nas Empresas |
por Érica Marcondes
V
ocê com certeza já ouviu falar em
absenteísmo, que é quando o tra-
balhador falta. Mas e em presenteísmo?
Ele é identificado quando a pessoa
exerce as suas rotinas normais mesmo
com pequenos males, preocupações
familiares e financeiras. Estima-se que
ele pode ser ainda mais danoso que o
primeiro – para ambos os lados – por li-
mitar a produtividade e agravar os pro-
blemas do colaborador.
Mas por que insistir em trabalhar
mesmo sabendo que isso pode com-
prometer a produtividade e até conta-
minar o grupo? Uma pesquisa recente
do site de empregos
com
,
realizada com cerca de 30 mil pro-
fissionais no mundo todo, revelou que
76%
deles trabalham mesmo doentes,
sendo que 28% não ficam em casa e
vão trabalhar pois têm medo de per-
der o emprego. Trinta e cinco por cento
afirmam que, mesmo sem condições,
trabalham em razão do grande volume
de atividades e têm a sensação de não
perder um único dia, e 13% ficam tra-
balhando em casa quando estão doen-
tes. Apenas 24% dos entrevistados
revelaram que preferem ficar em casa
e só voltar ao trabalho quando estão
plenamente recuperados.
O estresse é um dos fatores mais
citados, mas existem outros tipos de
manifestações do problema, como a
depressão. De acordo com a Organiza-
ção Mundial da Saúde (OMS), esta será
a doença mais comum do mundo até
2030.
Atualmente, estima-se que mais
de 121 milhões de pessoas sofram desse
mal e que a doença esteja associada à
morte de 850 mil pessoas por ano.
No livro “Equilíbrio e Resultado –
Por que as pessoas não fazem o que de-
veriam fazer?”, o autor Christian Barbo-
sa cita que a depressão é causada não
só por fatores biológicos e hormonais,
mas também pelo ambiente em que
as pessoas vivem e pelas cobranças e
pressões que enfrentam no dia a dia.
Só nos Estados Unidos, ela tem um
custo de 35 bilhões de dólares por ano.
Dores de cabeça, artrite e dor nas cos-
tas chegam a custar 47 bilhões de dó-
lares, segundo divulgou o
Journal of the
American Medical Association
.
A coach e consultora da Dialogia,
Tânia. C. S. Matos, reforça esses núme-
ros. Especialista em Gestão de Pessoas
há 7 anos, ela afirma que o presenteís-
mo é três vezes mais danoso do que o
absenteísmo, em termos de custos. “Es-
tamos falando de uma pandemia mul-
tifatorial. Tem a ver com as relações de
trabalho, com o comprometimento das
lideranças. Hoje temos um grande nú-
mero de líderes que não está preparado
para essa gestão”, cita.