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ras propostas. Na área circundante,
amplas extensões de terreno foram
ocupadas por vegetação nativa,
estabelecendo, entre arquitetura e
paisagem, o necessário equilíbrio.
Para o arquiteto Samuel Kru-
chin, titular da Kruchin Arquitetura e
responsável pelo projeto, o concei-
to de sustentabilidade deriva direta-
mente do conceito da preservação,
do “não descartável”. Segundo ele,
isso se aplica tanto para o ambiente
natural – para os recursos naturais
– como para o ambiente urbano, e
dentro dele aplica-se às edificações
e aos tecidos urbanos que, via de re-
gra, são objeto de fácil descarte: as
edificações históricas e os tecidos
urbanos antigos.
Só para citar um dos cuidados
dessa perfeita sintonia entre antigo
e moderno, bonito e sustentável,
dentro do terreno que o campus
ocupa existem obras arquitetônicas
que chamavam a atenção. “Em cada
um dos cantos do prédio há vitrais
que ocupam dois andares com ima-
gens que representam a proposta da
criadora do Instituto (Anália Franco):
o acolhimento de crianças por se-
nhoras. Os vitrais seguem a arqui-
tetura do início do século passado,
que privilegiava o formato de um
quadrilátero – modelo português de
construção”, explica Kruchin.
Esse projeto teve o reconheci-
mento (em 2011) da revista Arquite-
tura e Construção, que concedeu à
Unicsul o prêmio de melhor proje-
to na área de restauro e retrofit, na
categoria “Melhor da Arquitetura”.
“Sob este prisma, o restauro, a pre-
servação e a renovação de usos e
a implantação de novas operações
nessas edificações rompe com a
ideia do descarte imediato de va-
lores fundamentais para a história
para a constituição da identidade
local, da identidade social dos gru-
pamentos que por ali vivem”, diz o
arquiteto.
No Brasil, esse conceito foi intro-
duzido a partir do Patrimônio Arqui-
tetônico e apenas mais recentemen-
te configurou-se, também, a ideia de
um Patrimônio Ambiental. De acor-
do com o profissional, isso não está
apenas na água ou na floresta que
nos sustentam; mas também nos
valores, identidades, lugares em que
possamos nos reconhecer como
sociedade. “Isto é responsabilida-
de social. E o caso da Universidade
Cruzeiro do Sul ilustra perfeitamente
bem esta ideia”, finaliza.
