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Outsourcing & Workplace
A SAÚDE DA SAÚDE
Enquanto equipes
multidisciplinares cuidam
da saúde dos pacientes,
profissionais e equipes
multitarefas cuidam,
também, da saúde dos
negócios. O desafio é
transformar a crise em
oportunidade em um
setor complexo como o
de hospitais, mas o futuro
abre novas portas para os
profissionais de facilities que
se entregarem à área médica
FACILITIES EM HOSPITAIS |
por Paula Caires
A
receita dos 68 hospitais associa-
dos à Associação Nacional de
Hospitais Privados (Anahp) alcançou R$
20,7 bilhões em 2014, o que representa
um crescimento de 20% em relação a
2013. No entanto, as despesas conti-
nuam crescendo a taxas superiores às
receitas. A receita líquida por paciente-
-dia, que entre 2012 e 2013 cresceu 13%,
sofreu queda de quase 5% em 2014, en-
quanto a despesa teve crescimento de
0,5%. No caso de leito instalado, apesar
de as despesas crescerem apenas 0,1%,
a receita caiu 5,2%. Considerando os
números por saída hospitalar, a situa-
ção é ainda pior, pois a receita líquida
teve queda de 7,3% contra um aumen-
to de despesa de 2,1%.
Paralelamente, o mercado de saúde
suplementar vinha crescendo. Em 2014,
o número de beneficiários de planos de
saúde alcançou 50,8 milhões, um acrés-
cimo de 1,2 milhão de pessoas. Mesmo
com “clientes de sobra”, o processo de
profissionalização do setor, que englo-
ba a eficientização das unidades, já
estava a todo vapor, principalmente,
como uma das estratégias de subsidiar
investimentos para fazer frente ao cres-
cimento do mercado e não ficar para
trás na corrida da concorrência por
esse público.
Mas até esse cenário de crescente
demanda começa a dar sinais de mu-
danças, segundo o Diretor Executivo
da Associação Nacional dos Hospitais
Privados (Anahp), Carlos Figueiredo.
“Temos observado uma onda de de-
semprego que impacta os hospitais
privados, que são baseados em planos
de saúdes, essencialmente coletivos e
empresarias”.
Para atender às exigências da de-
manda, fazer frente às pressões do
mercado ou para conter o aumento
das despesas, a resposta é a eficiência.
“O setor vem trabalhando de forma in-
tensa para continuar oferecendo tra-
tamento de qualidade a um custo me-
nor”, afirma Figueiredo.
Entre as despesas operacionais, o
destaque é a energia elétrica, que já
tinha um peso significativo e ficou ain-
da maior após os reajustes de tarifas. A
crise de água vivida pelo estado de São
Paulo também deu ao tema lugar de
destaque. O Hospital Sírio-Libanês, por
exemplo, investiu aproximadamente R$
1,1 milhão na construção de uma esta-
ção de tratamento de água e esgoto
(ETA/ETE) para reuso e em outras obras
para captar água da chuva, diminuin-
do de 65% para 30% a dependência da
Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp). A água
gasta nos banhos e nas torneiras dos
banheiros é utilizada para abastecer o
sistema de ar condicionado e os vasos
sanitários. Em 2014, 12% da água con-
sumida foi reciclada.
Além disso, as torneiras, descargas
e chuveiros foram substituídos por mo-
delos mais econômicos. O consumo de
água das torneiras passou de 12 para
seis litros por minuto. Nos chuveiros a
mudança foi de 30 para nove litros por
minuto e as descargas dos vasos sanitá-
rios que antes consumiam 15 litros por
acionamento, agora gastamapenas seis.
O projeto de expansão que está em
andamento no Hospital Premier, emSão
Paulo, também prevê a implantação de
soluções para eficiência energética e hí-
Carlos Figueiredo, diretor
executivo da Anahp
Divulgação