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28 INFRA

Outsourcing & Workplace

A SAÚDE DA SAÚDE

 Enquanto equipes

multidisciplinares cuidam

da saúde dos pacientes,

profissionais e equipes

multitarefas cuidam,

também, da saúde dos

negócios. O desafio é

transformar a crise em

oportunidade em um

setor complexo como o

de hospitais, mas o futuro

abre novas portas para os

profissionais de facilities que

se entregarem à área médica

FACILITIES EM HOSPITAIS | 

por Paula Caires

A

receita dos 68 hospitais associa-

dos à Associação Nacional de

Hospitais Privados (Anahp) alcançou R$

20,7 bilhões em 2014, o que representa

um crescimento de 20% em relação a

2013. No entanto, as despesas conti-

nuam crescendo a taxas superiores às

receitas. A receita líquida por paciente-

-dia, que entre 2012 e 2013 cresceu 13%,

sofreu queda de quase 5% em 2014, en-

quanto a despesa teve crescimento de

0,5%. No caso de leito instalado, apesar

de as despesas crescerem apenas 0,1%,

a receita caiu 5,2%. Considerando os

números por saída hospitalar, a situa-

ção é ainda pior, pois a receita líquida

teve queda de 7,3% contra um aumen-

to de despesa de 2,1%.

Paralelamente, o mercado de saúde

suplementar vinha crescendo. Em 2014,

o número de beneficiários de planos de

saúde alcançou 50,8 milhões, um acrés-

cimo de 1,2 milhão de pessoas. Mesmo

com “clientes de sobra”, o processo de

profissionalização do setor, que englo-

ba a eficientização das unidades, já

estava a todo vapor, principalmente,

como uma das estratégias de subsidiar

investimentos para fazer frente ao cres-

cimento do mercado e não ficar para

trás na corrida da concorrência por

esse público.

Mas até esse cenário de crescente

demanda começa a dar sinais de mu-

danças, segundo o Diretor Executivo

da Associação Nacional dos Hospitais

Privados (Anahp), Carlos Figueiredo.

“Temos observado uma onda de de-

semprego que impacta os hospitais

privados, que são baseados em planos

de saúdes, essencialmente coletivos e

empresarias”.

Para atender às exigências da de-

manda, fazer frente às pressões do

mercado ou para conter o aumento

das despesas, a resposta é a eficiência.

“O setor vem trabalhando de forma in-

tensa para continuar oferecendo tra-

tamento de qualidade a um custo me-

nor”, afirma Figueiredo.

Entre as despesas operacionais, o

destaque é a energia elétrica, que já

tinha um peso significativo e ficou ain-

da maior após os reajustes de tarifas. A

crise de água vivida pelo estado de São

Paulo também deu ao tema lugar de

destaque. O Hospital Sírio-Libanês, por

exemplo, investiu aproximadamente R$

1,1 milhão na construção de uma esta-

ção de tratamento de água e esgoto

(ETA/ETE) para reuso e em outras obras

para captar água da chuva, diminuin-

do de 65% para 30% a dependência da

Companhia de Saneamento Básico do

Estado de São Paulo (Sabesp). A água

gasta nos banhos e nas torneiras dos

banheiros é utilizada para abastecer o

sistema de ar condicionado e os vasos

sanitários. Em 2014, 12% da água con-

sumida foi reciclada.

Além disso, as torneiras, descargas

e chuveiros foram substituídos por mo-

delos mais econômicos. O consumo de

água das torneiras passou de 12 para

seis litros por minuto. Nos chuveiros a

mudança foi de 30 para nove litros por

minuto e as descargas dos vasos sanitá-

rios que antes consumiam 15 litros por

acionamento, agora gastamapenas seis.

O projeto de expansão que está em

andamento no Hospital Premier, emSão

Paulo, também prevê a implantação de

soluções para eficiência energética e hí-

Carlos Figueiredo, diretor

executivo da Anahp

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