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42 INFRA

Outsourcing & Workplace

FACILITY MANAGEMENT, CENTRO DE

LUCRO E NÃO CENTRO DE CUSTO

GESTÃO DE SERVIÇOS  | 

por Lars Falbe-Hansen*

O

Brasil está em crise, não só eco-

nômica, mas também, moral, cau-

sada principalmente pela sensação de

impunidade. Isso aflorou a falta de dis-

ciplina que trazemos em nossa cultura

por séculos, remetendo-nos a sensação

de que podemos exigir nossos direitos

sem, contudo, preocuparmo-nos com

nossas obrigações.

A falta de disciplina se manifesta até

mesmonas escolas, onde por vezes vemos

as criançasdesafiandoosprofessores, con-

tando até coma conivência dos pais.

Como isso nos afeta na limpeza?

Sujando-se mais!

Se os usuários dos banheiros os su-

jam sem se preocuparem com o próxi-

mo que for usar, acarreta maior custo.

Poderíamos limpar as mesas com es-

panadores eletrostáticos não fossem

as “manchas de gordura” provocadas

pelo fato de se comer nas mesas de

trabalho. Isso acontece, apesar de ser

expressamente proibido em algumas

empresas. Mas quem obedece? A disci-

plina reduz custos.

Diante da crise econômica temos

que reduzir custos. Como se faz isso?

Sujando-se menos. Como? Disciplinan-

do os usuários. Se hoje os banheiros são

limpos a cada 60 minutos, reduzimos a

frequência da limpeza e conscientiza-

mos os usuários de que terão que se

disciplinar para que isso seja possível.

Quer reduzir o custo, é só sujarmenos.

Para que isso seja possível, é ne-

cessário que passemos a negociar e

contratar “frequências” nas compras e

não “número de pessoas”. E como ga-

rantir que as frequências contratadas

atingirão a qualidade almejada? O SLA

(Service Level Agreement) controla as

frequências e garante a execução e a

entrega dos serviços contratados, não

importando quantas pessoas foram

envolvidas. Assim, estaremos incenti-

vando o mercado a pensar em produti-

vidade, não em quantidade de pessoas.

Isso representa uma grande mudan-

ça cultural, tanto do usuário quanto do

comprador e do mercado fornecedor,

pois em razão da abundância de mão

de obra “barata” e de recursos naturais,

não aprendemos a economizar.

O QUE ESTAMOS PROPONDO?

Que o FM participe do processo, deta-

lhando numprojeto o que será negociado.

Para que o FM consiga ter eficiência

na sua gestão, ele precisa antes de tudo

fazer economia. Para isso, é necessário

que conheça suas reais necessidades: a

metragem da área a ser limpa; o tipo de

piso; as frequências de lavagem neces-

sárias para cada piso, etc. Para planejar

a compra e poder ter controle sobre a

entrega dos ambientes limpos.

Na limpeza, o importante é manter

controle sobre frequência e qualidade,

e não sobre a quantidade de pessoas

que executam os trabalhos, pois esse é

um problema do fornecedor.

Precisamos ser capazes de definir

a qualidade que necessitamos e, para

administrar, necessitamos quantificar

em números o que precisamos e que-

remos controlar. E isso, com certeza, é

possível!

Isso significa que o FM deve detalhar

o que deve ser contratado e o setor de

Compras se baseará no projeto para ne-

gociar a frequência, e não o número de

pessoas envolvidas.

Acreditamos ser possível ter ganho

de eficiência na limpeza, fazendo com

que os usuários sejam disciplinados e

os fornecedores se concentrem em exe-

cutar as frequências com o menor cus-

to possível, utilizando seu know-how,

que garantimos que existe.

Se os FM’s conseguirem transformar

a sua área de “centro de custos” hoje

para “centro de lucros”, eles conquis-

tarão mais autoridade junto as suas

empresas. Para isso, é primordial que

em seus demonstrativos eles comecem

a “quantificar” os resultados fiscais de

sua atuação, não dando relevância

apenas ao quanto gastam, mas princi-

palmente ao quanto conseguem redu-

zir em termos de custos, gerando lucro

para suas empresas.

*

Lars Falbe-Hansen

é CEO da

Vikings Sistemas de Limpeza.

Divulgação