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44 INFRA

Outsourcing & Workplace

ESTRATÉGIA FRACASSA SE NÃO

TIVER GERENCIAMENTO DIÁRIO

GESTÃO

 | 

por Alexandre Possendoro

“A vida é o que acontece enquanto

você está ocupado fazendo planos”, es-

creveu, emumade suas famosas canções,

o eterno beatle John Lennon. Quem atua

no mundo corporativo sabe que grande

parte do tempo que gastamos nas em-

presas é justamente para elaborar planos

e estratégias, muitas vezes, detalhadíssi-

mas e frutos de discussão e trabalho, mas

que, na prática, no dia a dia das compa-

nhias, não dão os resultados esperados,

frustrando líderes e liderados.

“Issoaconteceporqueamaiorpartedas

organizações com gestão tradicional cria

planos ambiciosos e detalhados, mas não

sabe executá-los da forma correta”, acre-

dita Robson Gouveia, Gerente de Projetos

do Lean Institute Brasil

(www.lean.org.br

),

entidade sem fins lucrativos de São Paulo

que hámais de 18 anos dissemina entre as

empresas brasileiras o sistema Lean, filoso-

fia de gestão inspirada no modelo Toyota

que vem sendo adotada por empresas de

diversos setores e emboa parte domundo.

Para o especialista, o “pecado capital”

dos planos e estratégias das companhias

é não colocar emprática o “gerenciamen-

to diário”, conceito típico do sistema Lean

que, segundo Robson, reúne uma série de

processos e comportamentos que ao se-

rem implementados podem garantir que

a estratégia adotada pela organização

não ficará apenas no papel. Acompanhe:

Por que as empresas geralmente são

boas para criar estratégias e planos,

mas são ruins em implementar?

É que em boa parte das vezes as com-

panhias não têm uma forma eficiente

de desdobrar, acompanhar e ter um real

entendimento sobre como a estratégia

que foi pensada está sendo implemen-

tada na prática na organização. E não há

forma melhor de se fazer isso a não ser

por meio do “Gerenciamento Diário”, um

conceito de gestão do sistema lean, filo-

sofia originária do modelo Toyota.

O que é o gerenciamento diário?

É o acompanhamento cotidiano e sistê-

mico dos principais indicadores que sur-

giram com o desdobramento da estra-

tégia, incluindo as principais ações que

foram definidas e desdobradas pela or-

ganização. Ele verifica se tudo está ocor-

rendo na prática como fora pensado, se

os resultados esperados estão sendo

atingidos e, em caso contrário, quais são

os problemas e como resolvê-los.

As empresas já não gerenciam

seus negócios cotidianamente?

Mas é aí que está o problema: a forma

como fazem isso. O gerenciamento diá-

rio sob a ótica do sistema Lean é com-

pletamente distinto do gerenciamento

cotidiano que empresas com gestão tra-

dicional fazem no dia a dia de trabalho.

Quais são as principais diferenças?

Falando muito resumidamente, é preci-

so primeiro iniciar esse processo com

uma sólida definição do propósito

da companhia. Ou como chamamos

na cultura Lean, o “norte verdadeiro” da

empresa. E muitas organizações erram

ao fazer isso ou simplesmente não fazem.

Depois, é preciso transformar isso emuma

estratégia robusta e desdobrá-la por toda

a empresa, o que também muitas vezes

não acontece, pois isso deve ser feito co-

meçando pelo nível macro, indo casca-

teando nos níveis funcionais, nas células

de trabalho e para cada pessoa da orga-

nização. Depois é preciso fazer a “gestão

visual” em cada área da companhia, que

é talvez a coisamais importante e que boa

parte das empresas sequer sabe o que é.

E o que é a “gestão visual”?

Falando de maneira bem prática, signi-

fica garantir que todas as áreas da em-

presa tenham quadros simples, de fácil

acesso e visualização que mostrem, em

cada área, os indicadores principais

com relação ao que foi planejado ver-

sus o que vem sendo alcançado. Então,

líderes e liderados devem se reunir coti-

dianamente em frente a esses quadros

para checar o que está realmente acon-

tecendo na companhia e por quê.

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