Revista Infra Fevereiro 2017

aumento tem de ser atendido por meio da eficiência energética que é a economia de energia”, apontou Soares. Além disso, ressaltou ainda a lei san- cionada em 2016, que prevê o repasse de cerca de R$ 100 milhões ao ano para o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que deve alavancar os projetos relacionados à eficiência energética. Depois das apresentações, os pales- trantes responderamperguntas do públi- co. Somarama eles Felipe Faria, do Green Building Council, e Bruno Casagrande, responsável pela área de negócios da Certificação AQUA-HQE, da Fundação Vanzolini. De acordo com Felipe Faria, a busca por certificação em 2016 cresceu 30% comparado ao ano anterior, o quemostra um grande amadurecimento por parte dos empresários brasileiros, apesar de um ano em que a crise econômica se acentuou. Já Bruno Casagrande destacou a importância das certificações e o maior acesso às tecnologias. “O Brasil se equi- vale emmuitos aspectos a países do pri- meiro mundo quando se trata do uso de tecnologias avançadas nas construções. Existem edificações equipadas com solu- ções de última geração, mas o País ainda tem dificuldades em ampliar em quanti- dade o número de empreendimentos que conseguemmelhor eficiência energética e desempenho em conforto térmico com a utilização dessas soluções”. O segundo bloco do Simpósio apre- sentou casos práticos de como projetos de eficiência energética são fundamen- tais em setores de alto consumo de ener- gia, como hotelaria e shopping center. Paulo Mancio, Diretor Técnico de Implantação e Patrimônio para a Amé- rica Latina da Accor, mencionou que a empresa passa por um momento de transformação e apontou que, em ter- mo de eficiência energética, seu volume de negócios está operando sob um viés mais flexível. “Em nossos projetos não existe mais áreas dos hotéis destinadas a recepção, restaurante, ou centro de con- venções. Estamos promovendo produtos mais modulados, on demmand. Ou seja, quando hotéis tiverem uma ocupação eventualmente baixa, podemos usar ele para day care ou para home office. Então, podemos fazer deles pequenos centros de serviços, tornando os espaços mais flexíveis, promovendo eficiência energética a todo momento, já que o empreendimento não ficará sem uso du- rante sua operação. Afinal, área que não gera receita em um hotel, gera despesa”, destacou. E pontuou tambémque em seu bussi- ness plan, a segunda maior despesa em umhotel é emenergia elétrica, sendo que aproximadamente 60% desse gasto é relacionado a ar condicionado. Por outro lado, a climatização é ao mesmo tempo um item importante para o conforto do hóspede: “Por isso, buscamos utilizar e inovar nossos hotéis com equipamentos que utilizam a energia de forma mais racional para se obter um determinado resultado sem prejudicar às suas opera- ções. A tendência é utilizar equipamentos de climatização com maior controle e integrá-los com o sistema de constru- ção. Isso permite uma maior eficiência energética em sistemas de gestão de edifícios por meio do controle de uma única interface. A automação dos siste- mas consiste emuma melhor gestão dos hotéis, proporcionando maior conforto aos hóspedes”, declarou Mancio. Representando o setor de shopping center, João Tiziani, Consultor Técnico da Chuff e Associados e Sócio-fundador da Yield-Control Engenharia e Soluções em Energia, destacou a evolução do setor nos últimos dez anos, quando o País saltou de 350 para quase 600 cen- tros de compras. E ponderou sobre a necessidade de se buscar eficiência energética, ao chamar a atenção para o dado de que o percentual que o siste- ma de climatização consome de energia em um shopping center varia de 40% a 50% dependendo do tipo de siste- ma HVAC aplicado, e pode atingir até 60%, dependendo da adequação do projeto. “A climatização é um fator vital na operação de um shopping center, pois além de ter papel fundamental na manutenção do conforto térmico dos consumidores, é responsável pela renovação e qualidade do ar nos am- bientes onde passam milhares de pes- soas todos os dias. Além disso, após a forte expansão do mercado brasileiro de shopping centers nos últimos anos e com seu amadurecimento, trabalhar para obter maior eficiência no consumo de insumos energéticos na operação significa reduzir o custo operacional do empreendimento, e consequentemente reduzir o custo do condomínio e dos lojistas”, finaliza Tiziani. A tendência é utilizar equipamentos de climatização com maior controle e integrá-los com o sistema de construção Paulo Mancio , Grupo Accor EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

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