Revista Infra Fevereiro 2017

54 INFRA Outsourcing & Workplace CLIMATIZAÇÃO | por Alexandre Alberico* e Cláudio Misumi** RETROFIT DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO: OS BENEFÍCIOS DO TETO RADIANTE O s sistemas de ar condicionado ins- talados antes da década de 1990, de um modo geral, tornaram-se obso- letos e proibitivos. Com a evolução tec- nológica, os sistemas mais modernos dotados damesma capacidade chegam a gastar de 25% a 40% a menos com energia elétrica e água evaporada. Além disso, as antigas instalações não foram concebidas para combater o acréscimo de carga térmica médio de 35 W/m2 provocada pelo surgimen- to dos microcomputadores, fato que resulta em temperaturas ambientes de 26 ºC a 27 °C, enquanto que uma situação de conforto, no Brasil, é es- tabelecida em 24 °C. Analisemos o caso de um edifício com sistema antigo de 20 pavimentos com mil metros quadrados cada. Um sistema antigo consome 1.200 kW/h de maneira contínua durante os 269 dias do ano, pois não consegue man- ter os 24 °C exigidos pelos sensores de temperatura. Como a solicitação dos sensores de temperatura não é atendida, uma vez que o sistema não tem capacidade para isto, as unidades de tratamento de ar e a central de produção de frio operam sempre nos seus limites a plena carga. Esta falta de capacidade provoca dois problemas: esforço máximo e contínuo dos equipamentos durante o ano todo e temperaturas ambientes de 26 ºC a 27 °C, o que afeta diretamen- te a produtividade dos funcionários e gera gastos excessivos de energia elétrica e de água. A solução óbvia, nestes casos, é fa- zer o retrofit do sistema de ar condicio- nado, substituindo-o por uma solução de mesmo conceito, porém moderna e com mais capacidade para comba- te ao calor. A substituição das unida- des de produção de frio na Central de Água Gelada (C.A.G.) é relativamente simples, podendo ser realizada por etapas, mantendo o ar condicionado em carga parcial, sem necessidade de interromper a rotina das pessoas, pois suas instalações ficam em área não ocupada pelos funcionários. Só isso, contudo, não resolve o pro- blema, pois a parte de distribuição de frio está deficiente. É neste momento que o gestor se depara com problemas sérios, porque a carga térmica adicio- nal introduzida exige vazão adicional do ar tratado. Consequentemente, são necessários dutos e unidades de trata- mento de ar maiores. Mas o que fazer quando a rede de dutos não cabe no espaço disponível? Derrubar todo o sistema e reprojetá- -lo, tentando eliminar interferências? * Alexandre Alberico é Engenheiro da área de concepção e memorial descritivo da Cebetec Ar Condicionado Sistemas Planejados. - a.alberico@uol.com.br ** Cláudio Misumi é Engenheiro da área de projeto executivo e fiscalização da Planenrac Engenharia Térmica. - claudio@ planenrac.com.br Fotos Divulgação

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