Revista Infra Fevereiro 2017

56 INFRA Outsourcing & Workplace FROTAS | por Alan Ballet Rubio* TRANSPORTE SUSTENTÁVEL É UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA mais força e serem implantadas, como o caminhão elétrico e a otimização da capacidade dos veículos. Os veículos elétricos, por exemplo, já fazem parte da rotina de diversas ci- dades, as maiores metrópoles do mun- do já possuem esse modelo de carro em sua frota e essa possibilidade já começa a ser pensada para caminhões. Na questão econômica, observa-se que o custo dos combustíveis atual pode chegar a 40% do valor total dos fretes, uma fatia representativa, quando anali- samos como isso impacta diretamente no valor final do produto. Na questão ambiental, representa a não emissão de milhares de m3 de poluentes na at- mosfera, com a troca para uma nova possibilidade, a cadeia logística seria menos agressiva. A definição sobre a capacidade dos veículos é bastante simples e pode ser resumida com a seguinte frase: cami- nhão que roda vazio é ruimpara o bolso e para o meio ambiente. Por isso, a bus- ca por completar um caminhão deve ser sempre o foco e as, relativamente novas, tecnologias de comunicação tem ajudado com que isso ocorra. Já existem opções que localizam cami- nhoneiros e suas disponibilidades. No Brasil, a malha rodoviária roda 40% do tempo sem cargas, a quilome- tragem rodada dessa forma, em um ano, seria suficiente para dar a volta ao mundo 300 mil vezes. Ao utilizar a capacidade excedente disponível nos caminhões, evitando, assim, que eles rodem vazios, é possível reduzir as emissões de CO 2 em até 15,6 milhões de toneladas por ano. A tecnologia é outro ponto impor- tante que deve ser contemplado nessa análise, sua presença pode ser identi- ficada em questões simples, como na economia de combustível ou melhor performance do motor, até para a cria- ção de situações inovadoras, como o caminhão autônomo, que vai permitir umnovomodelo de transporte de cargas e vai ao encontro com o movimento de transporte sustentável, já que economi- camente o veículo terá umcustomenor e ecologicamente serámenos agressivo. Por fim, não podemos deixar de falar das questões de segurança e qualidade das estradas. O primeiro se relaciona di- retamente com economia, já que quan- do ocorre o extravio de uma carga, di- versas camadas são prejudicadas, desde o lojista que não recebe a mercadoria, até o produtor que precisará arcar com essa reposição. Já as rotas prejudicam não só a condição do caminhão, mas tambémdos produtos, principalmente os perecíveis, e quanto mais tempo o caminhão fica rodandomais poluentes ele emite e mais gastos possui. Devemos seguir para um novo mo- delo de transporte, em sintonia com as questões ambientais e seguindo uma linha economicamente positiva. Des- sa forma, aquilo que está em volta do ecossistema logístico se mantém vivo junto com todo mercado. * Alan Ballet Rubio é Diretor de Logísti- ca da CargoX. – alan@cargox.com.br Divulgação O modal rodoviário é a base do transporte de cargas do Brasil, sua representatividade supera os 60% e os valores transacionados alcançama casa dos R$ 80 bilhões, entretanto recentes evoluções ocorridas na sociedade apre- sentaram a esse setor que aquilo feito até agora precisa seguir novos rumos, indicandoqueuma atuaçãomais susten- tável precisa ser adotada, para que a ca- tegoria não seja vista de forma negativa. Segundo dados da ONU – Organi- zação das Nações Unidas –, um maior investimento em transportes verdes, eficientes e sustentáveis pode ajudar a alcançar metas globais de sustenta- bilidade e proporcionar uma economia de US$ 70 trilhões até 2050. Levando como base essa informação, devemos observar esse movimento sob duas óp- ticas: as questões ambientais, onde deve-se pensar no impacto da malha rodoviária para o planeta, e o econô- mico, que faz com que o mercado se mantenha de forma estruturada. Elas se cruzam em diversos momentos, por isso, devem ser vistas como divisores para a sobrevivência, ou não, do setor. Primeiro, devemos analisar como o impacto ambiental pode ser amenizado, já que segundo a CNT – Confederação Nacional do Transporte –, atualmente, o modal rodoviário brasileiro responde por 42%de CO 2 lançado na atmosfera e a perspectiva é que exista um aumento acima dos 4% até 2020. Para que esse movimento seja revertido algumas tec- nologias e soluções, que já começaram a ser apresentadas, precisam ganhar

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